Spitz Alemão late muito? Entenda o comportamento e assuma o controle
Spitz Alemão late muito? Entenda o comportamento e assuma o controle
Você provavelmente chegou aqui porque seu pequeno “leãozinho” transformou a tranquilidade da sua casa em uma sinfonia de latidos agudos. Como veterinário, recebo essa queixa no consultório quase diariamente. Tutores apaixonados por seus Spitz Alemães, mas exaustos com a barulheira que começa com o interfone e termina com uma folha caindo no quintal. A boa notícia é que existe solução e ela não envolve mágica, mas sim ciência comportamental e paciência.
O Spitz Alemão é uma raça fascinante e cheia de personalidade. Eles são conhecidos pela lealdade, beleza e, claro, pela vocalização expressiva. Entender se o seu cão está apenas sendo um cão ou se desenvolveu um distúrbio comportamental é o primeiro passo para restaurar a paz no seu lar. Vamos mergulhar fundo na mente desse peludo e descobrir como ajustar esse volume.
Preparei um guia completo para você entender a raiz do problema e aplicar técnicas que usamos na clínica e na etologia para modular esse comportamento. Respire fundo e vamos transformar essa relação.
A natureza da raça e a comunicação canina
O instinto de alerta herdado dos ancestrais
Você precisa compreender a genética que seu cão carrega antes de tentar mudar quem ele é. O Spitz Alemão não foi criado originalmente para ser apenas um cão de colo fofinho. Os ancestrais dessa raça, os cães do tipo spitz, eram utilizados como cães de alerta em fazendas e barcos. A função deles não era atacar o intruso, mas sim avisar o “grupo” sobre qualquer alteração no ambiente.
Esse instinto de sentinela está gravado no DNA do seu pet. Quando ele corre para a porta latindo ao ouvir o elevador, ele acredita genuinamente que está fazendo o trabalho dele. Ele está protegendo o território e avisando você, o líder da matilha dele, que algo está acontecendo. Lutar contra a genética é impossível, mas podemos moldar como essa genética se expressa.
Não devemos punir um cão por ser quem ele nasceu para ser. O objetivo aqui não é ter um cão mudo, pois isso seria contra a natureza da espécie Canis lupus familiaris. O objetivo é mostrar a ele que o aviso foi recebido e que ele já pode relaxar, pois você está no controle da situação. Entender essa base biológica diminui a sua frustração e aumenta a sua empatia pelo animal.
A diferença entre comunicação e comportamento compulsivo
O latido é a voz do seu cão. Ele late para convidar para brincar, para avisar perigo, para expressar dor ou medo. Existe uma linha tênue, porém importante, entre um cão comunicativo e um cão com comportamento compulsivo ou estereotipado. O latido normal tem um contexto, um início, meio e fim. O cão late porque a campainha tocou, você atende, e ele para.
O problema surge quando a vocalização se torna repetitiva, sem um gatilho claro ou desproporcional ao estímulo. Se o seu Spitz começa a latir para uma sombra e não consegue parar mesmo após a distração, ou se ele entra em um ciclo de latidos rítmicos e monótonos por horas, podemos estar diante de um quadro de ansiedade ou compulsão. Isso deixa de ser comunicação e vira um sintoma clínico.
Nesses casos de compulsão, o cérebro do animal está preso em um loop de liberação de neurotransmissores excitatórios. Ele não está mais escolhendo latir, ele simplesmente não consegue parar. Como veterinário, avalio se o comportamento afeta a qualidade de vida do animal. Se ele deixa de comer ou dormir para latir, precisamos de intervenção imediata.
Inteligência aguçada e a manipulação do tutor
O Spitz Alemão é uma das raças mais inteligentes e observadoras que atendo. Eles aprendem rápido, tanto o que você quer ensinar quanto o que você não quer. Muitas vezes, o latido excessivo é, na verdade, um comportamento aprendido através do condicionamento operante. O cão percebe que, ao latir, ele consegue mover você.
Pense na seguinte cena. Você está no sofá e o cachorro late olhando para você. Você olha de volta e diz “quieto”. Para ele, isso foi uma vitória. Ele queria sua atenção e conseguiu, mesmo que tenha sido uma bronca. Eles são mestres em adestrar seus humanos. Se ele late e você coloca a comida, abre a porta ou pega o brinquedo, você acabou de assinar um contrato dizendo: “latir funciona”.
Essa manipulação não é maliciosa. Cães são oportunistas e pragmáticos. Eles repetem o que traz resultados positivos. A inteligência do Spitz faz com que ele precise de poucas repetições para fixar esse padrão. O desafio para você será ser mais esperto que ele e quebrar esse ciclo de recompensas involuntárias que mantém o comportamento vivo.
Identificando os gatilhos dos latidos excessivos
Ansiedade de separação e hiperapego
O Spitz é conhecido por criar um vínculo extremamente forte com seu tutor. Esse “cão de velcro” muitas vezes não sabe lidar com a ausência da sua figura de referência. A ansiedade de separação é uma das maiores causas de latidos e uivos quando o cão fica sozinho. Para ele, ficar só é uma ameaça à sua sobrevivência.
O latido causado pela ansiedade de separação é geralmente agudo, persistente e acompanhado de outros sinais físicos. Você pode notar destruição de objetos perto das portas, salivação excessiva ou acidentes de xixi e cocô fora do lugar. O cão entra em pânico. Ele não está latindo por “birra”, ele está tendo uma crise de pânico real e vocalizando seu desespero.
Tratar esse tipo de latido exige um protocolo de desapego gradual. Precisamos ensinar ao cão que a sua saída não é o fim do mundo e que você sempre volta. Ignorar o cão 15 minutos antes de sair e depois de chegar ajuda a diminuir a valorização desses momentos. O latido aqui é um sintoma de um sofrimento emocional que precisa ser tratado com seriedade.
Reatividade e falta de socialização adequada
Muitos tutores de raças pequenas cometem o erro de não socializar seus cães adequadamente por medo de doenças ou por acharem que, por serem pequenos, não precisam. Um Spitz que não foi exposto a diferentes sons, pessoas, outros cães e ambientes durante sua janela de socialização (até os 4 meses) tende a se tornar um adulto reativo e medroso.
A reatividade é uma resposta baseada no medo. O cão late para “espantar” aquilo que ele não conhece ou que considera ameaçador. Um skate passando, uma pessoa de chapéu ou um cachorro grande podem ser gatilhos aterrorizantes para um cão pouco socializado. O latido é a arma dele para manter a ameaça longe. “Eu lato e a coisa vai embora”.
Corrigir isso em um cão adulto exige paciência. Precisamos apresentar o mundo a ele novamente, mas em doses homeopáticas. Não force a interação. O objetivo é que ele veja o gatilho a uma distância segura, onde ele não precise latir, e receba recompensas por estar calmo. Com o tempo, ele associa a presença do “monstro” (o skate, por exemplo) a algo positivo, como um petisco delicioso.
O latido por demanda e o reforço involuntário
Este é o clássico “eu quero agora”. O Spitz late para pedir comida, para subir no sofá, para que você jogue a bolinha. É um latido exigente, curto e olhando diretamente nos seus olhos. Como mencionei antes, isso acontece porque funciona. É a forma mais comum de vocalização em cães mimados que não têm limites claros.
O reforço involuntário é o grande vilão aqui. Às vezes você resiste por 5 minutos, mas no sexto minuto você cede porque não aguenta mais o barulho. Na cabeça do cachorro, ele aprendeu o seguinte: “latir por 5 minutos não funciona, mas se eu insistir até o sexto minuto, eu ganho o que quero”. Você acabou de ensinar persistência ao invés de silêncio.
Para controlar o latido de demanda, a regra é clara e dura: o latido nunca deve resultar no que o cão quer. Se ele latir para a comida, a tigela sobe. Se latir para a porta, a porta não abre. Ele precisa entender que o silêncio é a chave mágica que abre as portas do mundo e libera os petiscos. É um teste de resistência para o tutor, mas fundamental para a educação.
Protocolos de modificação comportamental
A técnica do contracondicionamento e dessensibilização
Esses são termos técnicos da etologia que salvam vidas. O contracondicionamento consiste em mudar a emoção que o cão sente em relação a um estímulo. Se ele late para a campainha porque fica excitado ou ansioso, vamos mudar essa associação. Queremos que o som da campainha signifique “calma e foco no tutor”, e não “caos”.
Começamos a dessensibilização apresentando o som em volume muito baixo. Você pode gravar o som da campainha no celular. Toque o som bem baixinho e dê um petisco de alto valor (como um pedacinho de frango). Se ele não latir, ótimo. Repita várias vezes. O som acontece, a comida aparece.
Aos poucos, aumente o volume. Se ele latir, você avançou rápido demais. Volte um passo. O objetivo é chegar ao volume real da campainha com o cão olhando para você esperando o prêmio em vez de correr para a porta latindo. Estamos reprogramando o cérebro dele para ter uma resposta emocional diferente diante do gatilho que antes causava a explosão.
Ensinando o comando de silêncio de forma positiva
É impossível ensinar um cão a “não fazer” algo se não ensinarmos o que ele deve fazer no lugar. O comando “quieto” ou “shhh” deve ser ensinado como qualquer outro truque. Para isso, muitas vezes precisamos provocar o latido primeiro. Toque a campainha ou bata na porta para fazê-lo latir.
Quando ele começar a latir, espere. No segundo em que ele fizer uma pausa para respirar, marque esse momento (com um “muito bem” ou um clicker) e ofereça uma recompensa valiosa imediatamente. Ele vai estar mastigando, portanto, em silêncio. Repita o processo. Com o tempo, introduza a palavra “quieto” logo antes de entregar a recompensa, quando ele estiver calado.
Nunca use o comando gritando. Se você grita “QUIETO!”, o seu Spitz acha que você também está latindo e entra na brincadeira, aumentando a excitação. O comando deve ser dito em tom firme, mas baixo e calmo. A sua energia influencia diretamente a energia do animal. Seja o porto seguro de tranquilidade que ele precisa copiar.
A importância de ignorar o comportamento indesejado
Parece simples, mas ignorar é uma das coisas mais difíceis para um ser humano fazer. Ignorar um cão não é apenas não olhar. É fingir que ele não existe. Sem contato visual, sem contato físico e, principalmente, sem contato verbal. Nem mesmo um “não” ou um suspiro deve ser emitido.
Quando o seu Spitz late por demanda e você vira as costas ou sai do ambiente, você retira a coisa mais valiosa para ele: a sua atenção social. No início, pode ocorrer o que chamamos de “extinção de comportamento”, onde o cão late mais forte e mais alto numa tentativa desesperada de fazer funcionar como antes.
É nesse pico de latidos que a maioria dos tutores desiste, mas é justamente aí que você precisa se manter firme. Se você ceder no pico, o comportamento se fixa com mais força. Se você aguentar, o cão eventualmente cansará e parará. Nesse momento exato de silêncio, você volta e dá toda a atenção do mundo. Ele precisa aprender que o silêncio é um ímã de atenção.
Enriquecimento Ambiental Cognitivo e Físico
Transformando a alimentação em atividade de caça
Na natureza, nenhum canídeo recebe um pote de ração cheia de graça duas vezes ao dia. Eles passam grande parte do tempo acordados forrageando e caçando. O Spitz Alemão tem energia de sobra e dar a comida no pote é um desperdício de oportunidade para gastar essa energia mental. Um cão entediado é uma fábrica de latidos.
Jogue o pote de comida fora. Use brinquedos recheáveis, tapetes de lamber ou garrafas pet com furos para oferecer a ração. Faça com que ele tenha que trabalhar, usar o focinho e as patas para conseguir cada grão. Esse processo libera dopamina e cansa o cérebro muito mais do que uma caminhada no quarteirão.
Espalhar a ração pela casa para que ele tenha que “caçar” também é excelente. O ato de farejar e lamber é calmante natural para os cães, reduzindo os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e ansiedade. Um cão que gastou 30 minutos para comer seu café da manhã estará muito mais propenso a tirar uma soneca do que a latir para o vizinho.
Rotação de brinquedos e desafios mentais
Se os brinquedos do seu cão ficam todos jogados numa cesta à disposição o tempo todo, eles não têm valor nenhum. Para manter o interesse e o estímulo mental, você deve fazer um rodízio. Deixe apenas 2 ou 3 disponíveis e guarde o resto. A cada dois dias, troque-os. Para o cão, parecerá que ganhou brinquedos novos.
Invista em quebra-cabeças caninos de níveis variados. O Spitz é inteligente e resolve os fáceis muito rápido. Desafie o intelecto dele. Existem jogos de tabuleiro para cães onde eles precisam mover peças para achar o petisco. Isso foca a mente na resolução de problemas.
Um cão focado em resolver um enigma não está focado em latir. Além disso, a fadiga mental gerada por 15 minutos de treino ou quebra-cabeça equivale a quase uma hora de exercício físico. Use a inteligência dele a seu favor, canalizando essa capacidade cognitiva para atividades construtivas e silenciosas.
A estruturação de passeios farejadores
Muitos tutores acham que passear é apenas para o cão fazer as necessidades, mas o passeio é o momento de leitura do jornal do cachorro. O passeio não deve ser uma marcha militar. Para um Spitz ansioso e latidor, o passeio deve ser lento e focado no olfato. Deixe ele cheirar o poste, a grama, o muro.
O faro é o sentido principal do cão. Ao processar os cheiros da rua, ele está gastando muita energia mental. Se o seu Spitz late para outros cães na rua, aumente a distância e use petiscos para manter o foco em você. Não permita que o passeio se torne uma fonte de estresse.
Tente variar os trajetos. Caminhos novos trazem cheiros novos e estímulos novos. Um cão que chega em casa “cheio de novidades” olfativas tende a ser mais calmo e realizado. A atividade física moderada libera endorfinas que promovem o bem-estar e o relaxamento, combatendo a irritabilidade que leva ao latido fácil.
Causas Clínicas e Fisiológicas para o Latido
Dor crônica e desconfortos ocultos
Como veterinário, minha obrigação é sempre descartar causas clínicas antes de dizer que é “apenas comportamento”. Um cão com dor fica irritado, defensivo e vocaliza mais. O Spitz Alemão tem predisposição a alguns problemas que podem causar dor crônica silenciosa, como a luxação de patela (o joelho que sai do lugar).
Se o seu cão começou a latir mais do nada, ou se ele rosna e late quando alguém se aproxima dele enquanto está deitado, pode ser dor. Problemas de coluna ou desconfortos gastrointestinais também alteram o limiar de tolerância do animal. Ele late para afastar qualquer um que possa tocar onde dói.
É vital realizar check-ups regulares. Às vezes, tratamos o animal com analgésicos e o comportamento de “latir por tudo” desaparece magicamente. Não assuma que é apenas mau humor. Cães são estoicos e escondem a dor até não aguentarem mais. O latido pode ser o único pedido de ajuda que ele consegue emitir.
Disfunção Cognitiva em cães idosos
Se o seu Spitz já é um senhorzinho, acima dos 10 ou 12 anos, o aumento dos latidos pode ser sinal de Síndrome da Disfunção Cognitiva. É o equivalente canino ao Alzheimer humano. O cão pode latir para paredes, ficar preso em cantos ou vocalizar durante a noite sem motivo aparente.
Nesses casos, o cão pode estar confuso, desorientado ou com o ciclo de sono invertido. Ele late porque está perdido dentro da própria casa ou porque não reconhece as pessoas. Broncas não funcionam aqui e são cruéis. O tratamento envolve medicação, suplementação antioxidante e manejo do ambiente para dar segurança ao idoso.
Observar se o latido vem acompanhado de olhar vago, andar em círculos ou esquecimento de comandos aprendidos é essencial para o diagnóstico. O veterinário neurologista ou clínico geral pode prescrever nutracêuticos que melhoram a oxigenação cerebral e retardam o avanço da síndrome.
Hipersensibilidade auditiva e estresse crônico
Ouvidos de Spitz são radares potentes. Às vezes, ele está latindo para algo que você nem sonha que existe, como um ruído ultrassônico de um aparelho eletrônico ou um bicho no forro do telhado. Além disso, cães que vivem em ambientes muito caóticos podem desenvolver um estado de estresse crônico.
O excesso de cortisol no sangue deixa o animal em estado de alerta permanente. Ele não consegue relaxar nunca, então qualquer micro estímulo gera uma reação exagerada de latido. Problemas hormonais, como o hipotireoidismo (embora menos comum causar excitação, pode alterar comportamento) ou Síndrome de Cushing, também devem ser investigados.
Se o comportamento do seu cão mudou drasticamente, um painel sanguíneo completo é o primeiro passo. Saúde física e saúde mental são indissociáveis. Garanta que a máquina biológica do seu peludo esteja funcionando perfeitamente para que as técnicas de adestramento tenham efeito real.
Comparativo de Temperamento e Cuidados
Para te ajudar a entender onde o seu Spitz se encaixa no universo dos cães de companhia e alerta, preparei um quadro comparativo com outras duas raças muito comuns em apartamentos e que disputam a preferência dos tutores.
| Característica | Spitz Alemão (Lulu da Pomerânia) | Yorkshire Terrier | Chihuahua |
| Nível de Latido | Alto (Alerta e Comunicação) | Médio/Alto (Alerta e Territorial) | Muito Alto (Defensivo e Alerta) |
| Nível de Energia | Alto (Precisa de estímulo mental constante) | Médio (Gosta de brincar, mas cansa rápido) | Baixo/Médio (Ativo, mas em curtos períodos) |
| Facilidade de Treino | Alta (Inteligente, mas teimoso/manipulador) | Média (Pode ser teimoso) | Média/Baixa (Dificuldade em focar) |
| Necessidade de Atenção | Extrema (Sombra do dono) | Alta (Gosta de colo) | Extrema (Possessivo com o dono) |
| Tolerância à Solidão | Baixa (Tendência à ansiedade de separação) | Média | Baixa |
| Origem da Função | Cão de Alerta/Sentinela | Caçador de Ratos (Terrier) | Cão de Companhia/Cerimonial |
Observe que, comparado ao Yorkshire, o Spitz tem uma energia mais voltada para o alerta, enquanto o Yorkie tem o instinto terrier de caça. Já o Chihuahua tende a latir mais por defesa e medo devido ao seu tamanho minúsculo. O Spitz late porque, na cabeça dele, ele é o segurança da casa, independentemente do tamanho.
Entender o “produto” — ou melhor, o ser vivo — que você tem em casa é a chave para o sucesso. O Spitz Alemão não é um cão defeituoso por latir, ele é um cão funcional que precisa de direção. Com as técnicas certas, enriquecimento ambiental e exclusão de causas médicas, você transforma o latido incessante em uma comunicação saudável. Tenha paciência, seja consistente e, se precisar, procure um veterinário comportamentalista. Você e seu pequeno lobo merecem viver em harmonia.


