Quanto custa um Lulu da Pomerânia e a verdade sobre o preço
Quanto custa um Lulu da Pomerânia e a verdade sobre o preço
Você provavelmente já se apaixonou por aquela bolinha de pelos que parece um ursinho de pelúcia e logo em seguida se assustou com o valor. Como veterinário recebo essa pergunta quase todos os dias no consultório e a resposta vai muito além de um simples número na etiqueta. Entender a composição desse custo é fundamental para você não cair em armadilhas que podem custar a saúde do seu futuro companheiro e muito dinheiro em tratamentos futuros. O valor de um Lulu da Pomerânia reflete uma série de cuidados biológicos e genéticos extremamente complexos que garantem que você está levando para casa um cão saudável e não um paciente crônico.
O investimento inicial para adquirir um exemplar dessa raça varia consideravelmente dependendo da região e da idoneidade do criador mas estamos falando de um mercado de alto padrão. É preciso encarar essa compra não como um gasto supérfluo mas como a aquisição de uma vida que exigiu dedicação exclusiva de profissionais antes mesmo de nascer. Quando você paga o preço justo você está remunerando noites em claro de criadores éticos e acompanhamento veterinário especializado.
Vamos mergulhar nos detalhes financeiros e técnicos dessa raça encantadora. Quero que você saia desta leitura com a capacidade técnica de avaliar se um filhote está sendo ofertado por um valor condizente com a qualidade de vida que ele teve ou se é uma fraude perigosa. Prepare-se para entender o mundo da cinofilia sob a ótica clínica e prática.
O valor de mercado atual do Lulu da Pomerânia
O mercado brasileiro apresenta uma flutuação grande de valores e isso confunde muito quem está procurando o primeiro filhote. Atualmente um Lulu da Pomerânia de procedência verificável custa entre R
4.000eR 4.000 e R4.000eR
15.000. Essa margem elástica existe porque estamos lidando com seres vivos e características fenotípicas que são valorizadas de formas diferentes. Cães com padrão “show” ou destinados a exposição custam significativamente mais do que aqueles destinados apenas para companhia embora ambos devam ter a mesma saúde de ferro.
Você encontrará anúncios com valores muito inferiores a essa faixa e aqui acendo o primeiro sinal de alerta clínico. Ofertas de “Lulus” por R
1.500ouR 1.500 ou R1.500ouR
2.000 geralmente escondem mestiçagens ou pior ainda graves problemas de saúde incubados. O valor de mercado é balizado pelos custos fixos de produção de uma ninhada saudável que discutiremos mais à frente. Portanto desconfie imediatamente de “promoções” ou facilidades excessivas pois na medicina veterinária sabemos que milagres biológicos não existem.
É importante que você tenha em mente que o preço reflete a garantia genética. Um cão dentro da faixa de preço correta geralmente vem de linhagens onde doenças comuns à raça foram testadas e negativadas nos pais. Você não está pagando apenas pela beleza do pelo mas pela tranquilidade de ter um animal com menor probabilidade de desenvolver patologias graves e onerosas ao longo da vida.
Diferença de preço entre macho e fêmea
Existe uma regra quase universal na criação de cães de raça pequena onde as fêmeas custam mais caro que os machos. No caso do Lulu da Pomerânia essa diferença pode chegar a 30% ou 40% do valor total. A razão para isso é puramente reprodutiva e de preservação do plantel do criador. As fêmeas são as “fábricas” biológicas e retê-las no canil é interessante para o criador o que torna a disponibilidade delas para venda menor.
Quando você busca uma fêmea você está competindo com outros criadores que também querem aquela genética para reprodução. Para quem busca apenas um animal de estimação para companhia o macho costuma ser uma opção financeiramente mais atrativa e muitas vezes mais disponível. Do ponto de vista comportamental e veterinário machos castrados são tão companheiros e limpos quanto as fêmeas derrubando o mito de que fêmeas são mais dóceis.
Outro ponto que eleva o preço das fêmeas é a alta demanda de tutores que preferem não lidar com a demarcação de território. No entanto é vital lembrar que a demarcação é um comportamento corrigível com educação e castração precoce. Portanto se o orçamento estiver apertado considerar um macho pode ser a porta de entrada para ter a raça sem comprometer a qualidade da procedência.
Variações por cor e linhagem exótica
A pelagem do Lulu da Pomerânia é sua marca registrada e as cores influenciam diretamente o valor final do filhote. As cores clássicas como o laranja e o creme costumam ter um valor de mercado mais estável. No entanto cores consideradas “exóticas” ou raras como o Merle o Chocolate ou o Branco Neve (White) podem duplicar ou triplicar o preço do animal. Isso ocorre pela lei da oferta e da procura e pela dificuldade genética de obter certas colorações mantendo o padrão da raça.
O “Particolour” que são cães com duas cores ou o “Black and Tan” também têm ganhado destaque e valorização. Do ponto de vista veterinário é preciso ter cautela com a busca incessante por cores exóticas especialmente o Merle. O cruzamento inadequado entre dois cães Merle pode gerar filhotes com surdez e cegueira congênita. Um criador responsável cobrará caro por um Merle justamente porque ele fez os testes genéticos para garantir que aquele cão é saudável.
Você deve avaliar se a cor é um fator determinante para você. Muitas vezes um cão de cor sólida laranja tem uma estrutura física e uma saúde muito superior a um cão de cor exótica criado apenas visando a estética. Não se deixe levar apenas pela aparência da pelagem verifique a estrutura óssea e a vitalidade do filhote independentemente da cor que ele veste.
O impacto do documento de Pedigree no valor final
Muitas pessoas me perguntam se podem comprar o cachorro “sem pedigree” para obter um desconto. A resposta técnica é que o papel em si custa muito pouco cerca de R
60aR 60 a R60aR
100 dependendo do clube cinófilo. O que encarece o cão com pedigree não é a impressão do documento mas todo o trabalho de seleção genética que aquele documento comprova. O pedigree é a árvore genealógica que me permite como veterinário rastrear possíveis doenças hereditárias.
Um cão sem pedigree é um cão sem história e sem garantias. Quando um criador vende um animal sem registro ele está omitindo a origem daquele filhote. Pode ser fruto de um cruzamento entre parentes próximos o que aumenta exponencialmente o risco de doenças genéticas. O “desconto” que você ganha ao abrir mão do pedigree geralmente é gasto nos primeiros meses de vida com tratamentos de imunidade baixa ou problemas dermatológicos.
Portanto entenda o pedigree como um selo de qualidade mínima. Ele atesta que aquele animal é de fato um Lulu da Pomerânia e não uma mistura que ficará com 10kg quando adulto. Para o mercado o pedigree agrega valor porque traz previsibilidade de tamanho pelagem e temperamento o que é essencial para quem busca essa raça específica.
Por que essa raça custa tão caro
A precificação do Lulu da Pomerânia não é arbitrária ela é baseada em desafios biológicos reais. Diferente de raças grandes como um Golden Retriever que pode parir 10 ou 12 filhotes de uma vez a fisiologia do Lulu é limitante. Estamos falando de cães muito pequenos onde o espaço uterino é restrito. Isso torna a “produtividade” de um canil muito baixa comparada aos custos fixos de manutenção de um plantel de alta qualidade.
Além da questão numérica existe a fragilidade dos neonatos. Filhotes de Pomerânia nascem extremamente pequenos muitas vezes pesando menos de 100 gramas. A taxa de mortalidade neonatal pode ser alta se não houver vigilância 24 horas por dia. O criador precisa atuar quase como um enfermeiro de UTI neonatal nos primeiros dias sondando filhotes que não conseguem mamar e controlando a temperatura e umidade do ambiente rigosamente.
Esse nível de dedicação manual e técnica tem um custo hora elevado. Quem cria bem não tem fim de semana ou feriado quando há ninhada em casa. Você está pagando pela expertise de alguém que manteve aquele serzinho vivo nas fases mais críticas do desenvolvimento onde qualquer erro de manejo térmico ou alimentar seria fatal.
A biologia reprodutiva e o tamanho das ninhadas
A principal razão biológica para o alto custo é o tamanho da ninhada. Uma fêmea de Lulu da Pomerânia saudável e dentro do padrão da raça costuma gestar apenas 1 a 3 filhotes por vez. Ninhadas de 4 ou 5 são raras e consideradas de risco para a mãe devido ao tamanho reduzido do abdômen. Isso significa que para ter 10 filhotes para venda um criador precisa ter várias fêmeas gestantes e todo o custo de manutenção dessas matrizes.
Imagine o custo de manter uma fêmea saudável durante todo o ano com ração super premium vacinas importadas e exames periódicos para que ela produza apenas dois filhotes. O valor da venda desses dois filhotes precisa cobrir o custo anual da mãe e ainda gerar lucro para o criador. A matemática é implacável e justifica os valores elevados.
Se você encontrar um local vendendo Lulus muito baratos é provável que estejam explorando as fêmeas em cios consecutivos ou usando fêmeas fora do padrão muito maiores que o ideal para conseguirem ninhadas mais numerosas. Isso foge da ética profissional e compromete a saúde dos animais envolvidos gerando filhotes que fogem do padrão da raça que você deseja.
A necessidade de cesarianas e cuidados neonatais
Na rotina clínica obstétrica a cesariana é quase uma regra para o Lulu da Pomerânia e não a exceção. Devido ao tamanho da cabeça dos fetos em relação à pélvis da mãe o parto normal apresenta riscos altíssimos de distocia que é a dificuldade no parto que pode levar à morte da mãe e dos filhotes. Uma cesariana segura exige anestesista cirurgião e auxiliares o que gera um custo veterinário alto a cada nascimento.
Após o nascimento a mãe nem sempre aceita os filhotes ou tem leite suficiente imediatamente devido ao estresse cirúrgico. Isso obriga o criador a entrar com suplementação de leite artificial específico para caninos a cada duas ou três horas. O custo desses substitutos do leite materno é alto e o desgaste físico do criador é imenso.
Não é apenas deixar a natureza agir. Em raças anãs a intervenção humana é constante. Cada filhote que chega saudável às suas mãos é um sobrevivente de um processo complexo e caro. O preço final do filhote é uma forma de ressarcir todos esses procedimentos médicos e operacionais que garantiram a vida dele.
Testes genéticos e controle de doenças hereditárias
A medicina veterinária preventiva avançou muito e os criadores de ponta utilizam a genética a seu favor. Antes de cruzar dois cães é ideal que sejam feitos exames para detectar luxação de patela colapso de traqueia e problemas oculares. Além disso testes de DNA podem prevenir doenças como a Alopecia X que causa a perda total dos pelos e deixa a pele escura.
Esses exames não são baratos e precisam ser feitos em todos os reprodutores. Um criador que investe R$ 15.000 em um padreador importado e mais milhares de reais em testes de saúde precisa repassar esse investimento no valor dos filhotes. É uma conta de segurança. Você paga mais caro agora para não gastar fortunas tentando tratar uma doença genética irreversível no futuro.
Ao adquirir um cão barato você assume o risco de toda essa loteria genética. O tratamento cirúrgico de uma luxação de patela bilateral por exemplo pode custar facilmente mais que o valor de um filhote de boa procedência. Portanto o preço elevado do filhote com pais testados é na verdade uma economia a longo prazo em custos veterinários.
Diferença técnica entre Spitz Alemão e Lulu da Pomerânia
Essa é a maior confusão que presencio no consultório. Tecnicamente todo Lulu da Pomerânia é um Spitz Alemão mas nem todo Spitz Alemão é um Lulu. A Federação Cinológica Internacional (FCI) classifica a raça Spitz Alemão em cinco tamanhos distintos. O Lulu da Pomerânia é o menor deles conhecido tecnicamente como Spitz Alemão Anão ou Zwergspitz.
A diferença reside principalmente no tamanho e na estrutura óssea. Para ser considerado um Lulu (Anão) o cão deve ter entre 18cm e 22cm de altura na cernelha. Qualquer cão acima dessa medida até os 29cm já é considerado um Spitz Alemão Pequeno (Kleinspitz). Essa diferença de centímetros muda completamente a classificação em exposições e o valor de mercado.
Muitos criadores vendem o Spitz Pequeno como se fosse Anão enganando o comprador. Visualmente quando filhotes eles são idênticos. A diferença só aparece com o crescimento. Por isso é crucial ver os pais e exigir o pedigree onde a classificação de tamanho dos ancestrais deve constar. Você precisa saber exatamente qual variedade está levando para casa.
Padrão da raça segundo a cinofilia (FCI e CBKC)
As diretrizes da FCI e da CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia) são muito claras quanto ao que define um Lulu da Pomerânia. Além da altura que mencionei o peso deve ser proporcional ao tamanho geralmente variando entre 1,9kg e 3,5kg. Animais com 5kg ou 6kg já fogem completamente do padrão do Zwergspitz e entram na categoria do Spitz Pequeno ou Médio.
O padrão também exige uma pelagem dupla com subpelo abundante e lanoso que faz com que o pelo de cobertura fique ereto e não “caído” sobre o corpo. A cauda deve ser inserida alta e portada sobre o dorso. Qualquer desvio muito grande dessas características pode indicar mestiçagem ou má seleção genética.
Conhecer o padrão ajuda você a não comprar “gato por lebre”. Um Lulu legítimo tem uma silhueta quadrada ou seja o comprimento do corpo é igual à sua altura. Cães muito longos ou com pernas muito curtas podem ter problemas de coluna no futuro além de estarem fora do padrão estético valorizado.
Características morfológicas do focinho e patas
O rosto do Lulu da Pomerânia é o que mais atrai os tutores. Buscamos aquele focinho curto e delicado. No entanto existem variações como o tipo “Fox” (raposa) com focinho mais alongado e o tipo “Teddy Bear” (ursinho) com focinho mais curto e arredondado. O mercado atual valoriza muito mais o tipo ursinho o que eleva o preço desses exemplares.
As patas devem ser pequenas e compactas parecidas com patas de gato. A ossatura apesar de fina não deve ser frágil a ponto de quebrar com qualquer salto. Um bom Lulu tem substância ele é pequeno mas robusto ao toque. Focinhos excessivamente curtos podem predispor a problemas respiratórios e dentários então o equilíbrio é fundamental.
Como veterinário examino muito a dentição. Lulus tendem a reter os dentes de leite o que causa dentição dupla e acúmulo de tártaro. Um focinho bem estruturado permite uma oclusão correta. Cães com prognatismo (queixo para frente) ou retrognatismo (queixo para trás) excessivos devem ser evitados na reprodução mas podem ser excelentes pets se o defeito não impedir a alimentação.
Temperamento e nível de energia
Não se deixe enganar pelo tamanho. O Lulu da Pomerânia tem uma personalidade vibrante e muitas vezes se acha um cão gigante. Eles são alertas curiosos e excelentes cães de alarme. Latem para avisar qualquer novidade no ambiente. Isso é característica da raça Spitz que historicamente eram cães de guarda de fazendas (as versões maiores).
Eles são muito inteligentes e aprendem truques com facilidade mas podem ser teimosos. A energia é moderada a alta. Eles precisam de passeios e enriquecimento ambiental. Um Lulu entediado pode desenvolver comportamentos destrutivos ou latidos excessivos. Eles são muito apegados aos donos mas não necessariamente cães de colo que ficam parados o dia todo.
A socialização é chave. Devido à síndrome do cão pequeno muitos tutores não corrigem comportamentos agressivos achando “engraçadinho”. Um Lulu precisa de limites e educação como qualquer Rottweiler. Um temperamento equilibrado é valioso e cães de linhagens selecionadas tendem a ser menos neuróticos e mais sociáveis.
A realidade da criação ética e bem-estar animal
Ao decidir comprar um Lulu você vota com sua carteira em qual tipo de criação você apoia. A criação ética prioriza o bem-estar dos cães acima do lucro. Isso significa aposentar fêmeas cedo manter os cães em ambientes limpos e com convívio familiar e não em gaiolas empilhadas. Esse modelo de criação tem custos altíssimos de mão de obra e infraestrutura.
O criador ético entrevista você. Ele quer saber para onde o filhote vai se você tem condições de cuidar. Ele oferece suporte pós-venda vitalício. Se o vendedor não faz perguntas sobre sua rotina e só quer saber a forma de pagamento desconfie. A criação séria é uma curadoria de vidas e não um balcão de negócios varejista.
A transparência é total. Você deve poder visitar o local ou ver vídeos em tempo real dos filhotes e da mãe. Esconder as instalações é um sinal clássico de que algo está errado. O preço alto do canil ético financia essa qualidade de vida permitindo que os cães vivam felizes enquanto exercem sua função reprodutiva.
O perigo das fábricas de filhotes e o preço baixo
As fábricas de filhotes ou puppy mills são o pesadelo da medicina veterinária. Nesses locais as cadelas vivem em gaiolas minúsculas pisando sobre as próprias fezes parindo cio após cio até morrerem de exaustão. Os filhotes nascem em ambientes contaminados e são vendidos muito jovens antes do desmame correto para “cortar custos” de alimentação.
Esses filhotes chegam ao consultório desnutridos com giaríase parvovirose e cinomose. O barato sai muito caro. Muitas vezes o filhote morre na primeira semana deixando trauma emocional na família e um rombo financeiro. O preço baixo desses lugares é possível porque eles cortam todos os custos de bem-estar e saúde.
Não financie a crueldade. Se o preço for muito abaixo do mercado existe sofrimento animal envolvido. Ao negar a compra nesses locais você ajuda a quebrar o ciclo de exploração. É preferível juntar dinheiro por mais seis meses e comprar de um lugar decente do que tentar “salvar” um filhote de vitrine e acabar financiando o sofrimento da mãe dele.
A importância da janela de socialização imunológica
Existe um período crítico entre a 8ª e a 12ª semana de vida onde o filhote aprende a ser cão. Retirar o filhote da mãe antes de 60 dias é um erro grave. Nesse período ele aprende inibição de mordida com os irmãos e recebe imunidade passiva pelo leite materno. Criadores responsáveis só entregam os filhotes após esse período e com pelo menos duas doses de vacina.
Manter o filhote até os 3 ou 4 meses gera custo de alimentação e vacinas para o criador. Quem vende filhotes de 45 dias está transferindo esse custo e risco para você. Um filhote entregue mais velho já está mais estável imunologicamente e emocionalmente o que facilita muito a adaptação na sua casa.
A socialização precoce feita pelo criador apresentando sons texturas e manuseio previne cães medrosos no futuro. Esse trabalho de “pré-escola” canina consome tempo e dedicação do criador sendo mais um componente do valor final do animal.
Protocolos de vacinação e microchipagem obrigatória
Um Lulu da Pomerânia deve ser entregue com vacinas éticas (importadas) e não vacinas nacionais de balcão agropecuário que muitas vezes não garantem a imunização correta. O protocolo vacinal correto inclui proteção contra cinomose parvovirose hepatite e leptospirose. Cada dose aplicada pelo veterinário responsável pelo canil tem um custo.
Além disso a microchipagem é um sinal de seriedade. O microchip é o RG do cão e vincula aquele animal ao criador e ao proprietário. Em casos de roubo ou perda é a única forma legal de provar propriedade. Canis sérios entregam os filhotes já microchipados.
A vermifugação também deve ser rigorosa. Lulus são sensíveis a parasitas intestinais que podem causar hipoglicemia severa. O protocolo de desparasitação começa com 15 dias de vida. Tudo isso deve estar documentado na carteira de vacinação assinada por um médico veterinário. Documentos sem carimbo profissional não têm validade sanitária.
Planejamento financeiro para a vida toda
Comprar o cão é apenas a ponta do iceberg financeiro. Lulus da Pomerânia vivem em média 12 a 16 anos. Você precisa projetar os custos de manutenção dessa “Ferrari” biológica. Eles exigem produtos de qualidade e profissionais especializados. Não adianta comprar um cão de R$ 10.000 e alimentá-lo com ração de combate.
A medicina preventiva é o segredo. Check-ups anuais limpezas de tártaro e vacinas anuais são despesas fixas. Além disso considere custos com hotelzinho ou pet sitter se você viaja muito pois eles não gostam de ficar sozinhos por longos períodos. O planejamento financeiro deve incluir uma verba mensal para o pet.
Seu estilo de vida deve comportar esses custos. Lulus são cães de luxo no sentido de manutenção. A pelagem exige cosméticos caros e a saúde exige veterinários competentes. Esteja preparado para investir na qualidade de vida do seu companheiro constantemente.
Nutrição específica e suplementação
A hipoglicemia é um risco real em filhotes e adultos muito pequenos. Eles têm um metabolismo acelerado e pouca reserva de glicogênio. Por isso a ração deve ser Super Premium específica para raças pequenas ou minúsculas com alta densidade calórica e grãos adaptados para a boca pequena.
Muitos tutores optam pela Alimentação Natural (AN) que é excelente mas deve ser formulada por um zootecnista ou veterinário nutrólogo. A AN exige suplementação vitamínica e mineral precisa. Fazer comida em casa sem balanceamento causa desnutrição e problemas ósseos.
Suplementos para a pelagem como ômega 3 e para as articulações como condroitina e glicosamina são frequentemente recomendados para a raça à medida que envelhecem. Esses custos recorrentes devem ser colocados na ponta do lápis. Uma boa nutrição é o melhor plano de saúde que você pode pagar.
Trimming e cuidados com a pelagem dupla
A pelagem do Lulu não deve ser tosada na máquina baixo jamais. A “tosa boo” ou tosa de ursinho feita na máquina pode causar Alopecia Pós-Tosa onde o pelo não cresce mais ou cresce falhado. A manutenção deve ser feita com Trimming na tesoura por um profissional que entenda de pelagem dupla.
Banhos semanais ou quinzenais com produtos de alta hidratação são necessários. A secagem deve ser perfeita pois a umidade retida no subpelo causa fungos e dermatites graves. Se você não tem habilidade para secar e escovar em casa o custo com Pet Shop será frequente.
A escovação deve ser feita pelo menos três vezes na semana para evitar nós. Nós apertados machucam a pele e só saem cortando o que estraga a estética do cão. O investimento em boas escovas e sprays desembaraçadores é obrigatório para quem tem um Pomerânia.
Problemas ortopédicos e reserva de emergência
Como veterinário recomendo fortemente que você tenha uma reserva de emergência ou um plano de saúde pet. A raça tem predisposição a luxação de patela (o joelho sai do lugar) necrose asséptica da cabeça do fêmur e colapso de traqueia. Cirurgias ortopédicas são complexas e caras.
Acidentes domésticos também são comuns. Uma queda do sofá pode fraturar a pata de um Lulu filhote. Por serem pequenos nós humanos muitas vezes tropeçamos neles. O custo de um atendimento de emergência em um domingo à noite pode ser alto.
Ter uma reserva financeira garante que você poderá oferecer o melhor tratamento possível caso seu amigo precise. Não conte com a sorte. A fragilidade física da raça exige que o tutor esteja financeiramente preparado para intercorrências médicas a qualquer momento.
Quadro Comparativo: Lulu da Pomerânia x Yorkshire x Shih Tzu
Para te ajudar a decidir se o Lulu é realmente a raça ideal para o seu perfil preparei este comparativo direto com outras duas raças populares de porte pequeno.
| Característica | Lulu da Pomerânia | Yorkshire Terrier | Shih Tzu |
| Preço Médio (Filhote) | R 4.000−R 4.000 - R4.000−R 12.000 | R 2.000−R 2.000 - R2.000−R 5.000 | R 1.500−R 1.500 - R1.500−R 4.000 |
| Nível de Energia | Alto (Alerta e ativo) | Alto (Caçador e agitado) | Baixo/Médio (Calmo) |
| Manutenção Pelagem | Alta (Escovação, Trimming) | Alta (Escovação diária, tosa) | Alta (Escovação diária, tosa) |
| Latidos | Frequentes (Cão de alarme) | Frequentes (Territorialista) | Poucos (Silencioso) |
| Dependência do Dono | Moderada (Independente mas apegado) | Alta (Sombra do dono) | Alta (Gosta de colo) |
| Saúde (Pontos fracos) | Patela, Traqueia, Pele | Dentes, Estômago sensível | Olhos, Respiração, Pele |
Espero que estas informações tenham esclarecido o “porquê” por trás do preço e te ajudem a tomar uma decisão consciente e amorosa. Escolher um cão é escolher um membro da família e a saúde dele não tem preço.


