Quantas vezes o filhote deve comer por dia?
Quantas vezes o filhote deve comer por dia?

Quantas vezes o filhote deve comer por dia?


Quantas vezes o filhote deve comer por dia?

Se você acabou de trazer um filhote para casa, provavelmente já percebeu que essa pequena bola de pelos vem acompanhada de uma lista interminável de dúvidas. Entre as vacinas, os brinquedos destruídos e as noites mal dormidas, surge uma questão fundamental que impacta diretamente a saúde e o desenvolvimento do seu novo amigo: a alimentação. Não se trata apenas de colocar ração na tigela quando ele pede. O manejo nutricional nos primeiros meses de vida é o alicerce que definirá se ele será um adulto saudável, forte e livre de problemas crônicos.

Como veterinário, vejo diariamente tutores confusos com a quantidade de informações contraditórias que encontram na internet ou ouvem de vizinhos. Uns dizem para deixar comida à vontade, outros sugerem horários rígidos militares. A verdade é que o organismo do seu filhote é uma máquina em construção acelerada, demandando combustível de alta qualidade em intervalos estratégicos. O estômago dele é pequeno, mas a necessidade de energia é gigantesca.[1] Errar nessa equação pode levar a quadros de hipoglicemia em raças pequenas ou problemas articulares em raças grandes.

Neste artigo, vamos conversar francamente sobre a frequência alimentar ideal. Vou te explicar não apenas o “quanto”, mas o “porquê” de cada recomendação. Vamos desmistificar a rotina alimentar e transformá-la em uma ferramenta de educação e vínculo entre você e seu cão. Prepare-se para entender a fisiologia do seu pet de uma forma simples e prática, garantindo que cada refeição seja um degrau para uma vida longa e feliz ao seu lado.

A Frequência Ideal por Faixa Etária[1][2][3]

De 2 a 4 Meses: A Fase do Crescimento Acelerado

Nesta etapa inicial, logo após o desmame, o seu filhote é como um bebê humano que acabou de começar a comer papinha. O sistema digestivo dele ainda está aprendendo a processar alimentos sólidos com eficiência. Por isso, a regra de ouro aqui é o fracionamento. Recomendamos oferecer a alimentação de quatro a cinco vezes por dia.[1] Isso significa dividir a quantidade total diária (indicada na embalagem ou pelo seu veterinário) em pequenas porções servidas a cada três ou quatro horas.

Essa frequência elevada é necessária porque o estômago do filhote é fisicamente muito pequeno. Se você tentar dar toda a comida do dia em apenas duas vezes, ele vai comer até estufar, o que pode causar vômitos, desconforto abdominal e até dilatação gástrica. Além disso, ao comer um grande volume de uma vez, a digestão torna-se lenta e ineficiente, fazendo com que muitos nutrientes sejam perdidos nas fezes em vez de serem absorvidos para construir ossos e músculos.

Outro ponto crucial nesta fase é a manutenção dos níveis de glicose no sangue. Filhotes, especialmente os de raças pequenas como Yorkshires, Chihuahuas ou Spitz, não possuem reservas de energia no fígado como os adultos. Se ficarem muitas horas sem comer, podem sofrer crises de hipoglicemia, que se manifestam com fraqueza, tremores e até desmaios. Manter o “tanque cheio” com recargas frequentes evita esses sustos e mantém o nível de energia do cão estável para brincar e aprender.

De 4 a 6 Meses: A Transição para a Adolescência

Quando o seu cão atinge os quatro meses, o ritmo de crescimento começa a mudar ligeiramente, embora ainda seja intenso. O sistema digestivo já está mais robusto e capaz de comportar volumes um pouco maiores de alimento por refeição. É o momento ideal para reduzir a frequência para três vezes ao dia. Pense nisso como o café da manhã, almoço e jantar. Essa rotina se encaixa melhor no dia a dia da maioria das famílias e prepara o organismo do animal para a vida adulta.

Essa redução deve ser feita de forma gradual. Não corte uma refeição abruptamente de um dia para o outro. Comece diminuindo a quantidade da refeição que você pretende eliminar (geralmente a do meio da tarde ou a do final da noite) e redistribuindo essa quantidade nas outras três refeições. Observe como seu filhote reage. Se ele começar a vomitar bile (um líquido amarelado) nos intervalos, é sinal de que o estômago ficou vazio por muito tempo e você talvez precise manter a frequência anterior por mais algumas semanas.

Nesta fase, o filhote também começa a trocar os dentes de leite pelos permanentes. O desconforto na gengiva pode fazer com que ele coma mais devagar ou pareça ter menos apetite em alguns momentos. Manter três refeições diárias ajuda a monitorar se ele está comendo a quantidade adequada. Se ele pular uma refeição por dor de dente, ainda terá outras duas oportunidades para se nutrir, evitando que perca peso em uma fase tão crítica do desenvolvimento corporal.

A Partir dos 6 Meses: Rumo à Vida Adulta

Aos seis meses, a maioria dos cães já atingiu boa parte do seu tamanho final (com exceção das raças gigantes, que crescem até os 18 meses). Agora, o metabolismo começa a desacelerar em comparação aos primeiros meses de vida. Para a grande maioria dos cães saudáveis, podemos passar a oferecer duas refeições por dia: uma pela manhã e outra ao final da tarde ou início da noite. Essa frequência é geralmente mantida por toda a vida adulta do animal.

Alimentar o cão duas vezes ao dia, em vez de apenas uma, é altamente benéfico. Cães que comem apenas uma vez ao dia tendem a ficar muito ansiosos pela comida, engolindo a ração sem mastigar, o que favorece a aerofagia (engolir ar) e a torção gástrica, uma emergência veterinária gravíssima. Dividir a ração em duas tomadas mantém o metabolismo equilibrado e o cão mais calmo, além de facilitar a previsão dos horários em que ele precisará ir ao banheiro.

No entanto, vale lembrar que a individualidade biológica conta muito. Cães de raças muito ativas ou de trabalho podem precisar manter três refeições para suprir a demanda calórica sem precisar ingerir volumes imensos de uma só vez. Já cães castrados nessa idade precisam de monitoramento rigoroso da quantidade, pois a redução hormonal diminui a necessidade energética. A transição para duas refeições é um marco de amadurecimento, mas deve ser ajustada conforme o escore corporal do seu pet, sempre palpando as costelas para garantir que ele não está ganhando peso excessivo.

Por Que a Rotina é Tão Importante?

O Relógio Biológico e o Treinamento Sanitário

Cães são animais de hábitos e prosperam quando têm uma rotina previsível. Quando você estabelece horários fixos para a alimentação, você regula o relógio biológico do intestino do seu filhote. O reflexo gastrocólico é uma resposta fisiológica que estimula a vontade de defecar logo após a ingestão de alimentos. Se o filhote come sempre nos mesmos horários, ele provavelmente fará as necessidades também nos mesmos horários.

Isso é uma ferramenta poderosa para você que está tentando ensinar o lugar certo do banheiro. Se você deixa a comida disponível o dia todo (o famoso ad libitum), o filhote vai beliscar o dia todo e, consequentemente, precisará fazer cocô em horários aleatórios e imprevisíveis. Alimentando-o em horários regrados, você consegue prever quando levá-lo ao tapetinho higiênico ou ao quintal (geralmente 15 a 30 minutos após comer), aumentando drasticamente as chances de sucesso no adestramento sanitário.

Além da questão do banheiro, a rotina alimentar traz segurança emocional. O filhote aprende que a comida virá e não precisa ficar ansioso ou “guardar” recursos. Isso ajuda a prevenir comportamentos indesejados, como a proteção de recursos (rosnar quando alguém chega perto da comida) ou a ansiedade por separação, já que a alimentação se torna um evento estruturado do dia, e não uma incerteza constante na mente do animal.

Prevenção de Obesidade e Monitoramento de Saúde

A obesidade é hoje a doença nutricional mais comum em cães domésticos, e ela começa muitas vezes na infância. Quando não há horários definidos e a tigela está sempre cheia, perde-se completamente a noção de quanto o animal está comendo. Você pode achar que ele comeu pouco, encher o pote de novo, e no final do dia ele ingeriu o dobro do necessário. Com horários fixos, você mede a porção exata e sabe se ele comeu tudo, metade ou nada.

Esse controle é vital para identificar problemas de saúde precocemente. Um dos primeiros sinais de que um filhote não está bem é a falta de apetite (anorexia ou hiporexia). Se a comida fica disponível o tempo todo, você pode levar dias para perceber que ele parou de comer ou que está comendo menos. Quando você serve a refeição e ele recusa, você tem um sinal de alerta imediato. “Opa, ele sempre ataca a comida às 8h da manhã e hoje nem olhou. Algo está errado.”

Essa percepção rápida permite que você busque ajuda veterinária antes que um quadro simples se agrave. Em filhotes, doenças virais como a parvovirose ou obstruções intestinais por ingestão de brinquedos evoluem muito rápido. Saber exatamente quando foi a última refeição do seu cão e qual o apetite dele nas últimas 24 horas é uma informação valiosa que você passará ao veterinário durante a consulta, ajudando no diagnóstico preciso e rápido.

Vínculo e Liderança Positiva

A hora da comida é um dos momentos de maior valor para o cão. Quem controla o recurso alimentar, aos olhos do animal, é quem provê a sobrevivência e merece respeito e confiança. Estabelecer uma rotina onde você serve a comida reforça o seu papel de líder benevolente e provedor. Não se trata de dominância agressiva, mas de criar uma relação de dependência saudável e carinho.

Você pode usar esses momentos para treinar comandos básicos. Antes de colocar o pote no chão, peça para o filhote sentar e esperar. Só libere a comida quando ele estiver calmo. Isso ensina autocontrole e paciência, qualidades essenciais para um cão adulto equilibrado. Se a comida estiver sempre lá, você perde essas oportunidades diárias de interação e educação, transformando a alimentação em um ato solitário e sem valor comportamental para o cão.

Além disso, estar presente enquanto ele come permite que você observe como ele mastiga, se tem dificuldade para engolir ou se demonstra algum desconforto. É um momento de conexão. Falar com ele suavemente enquanto prepara o alimento ou fazer um carinho após ele terminar reforça o vínculo afetivo. A comida é amor, mas a rotina e a interação transformam esse amor em educação e segurança para o seu melhor amigo.

O Que Colocar na Tigela (E O Que Evitar)

A Escolha da Ração: Qualidade é Investimento

A escolha do alimento é tão importante quanto a frequência. O mercado oferece uma infinidade de opções, e é fácil se perder entre embalagens coloridas e promessas milagrosas. Para um filhote em crescimento, a qualidade da proteína e o balanço de minerais (como cálcio e fósforo) são inegociáveis. Rações de categoria Super Premium são formuladas com ingredientes de maior digestibilidade, o que significa que o seu cão aproveita mais o que come e produz menos fezes.

Ao comparar com rações de combate ou standard, a diferença nutricional é gritante. Uma ração inferior pode ter a mesma porcentagem bruta de proteína no rótulo, mas essa proteína pode vir de fontes de baixa qualidade (como bicos e penas processados) que o organismo do cão não consegue absorver. O resultado é um filhote que come muito, mas continua magro, com pelagem opaca e sistema imunológico frágil. Investir em uma boa nutrição agora economiza muito em tratamentos veterinários no futuro.

Se você optar pela Alimentação Natural (AN), o cuidado deve ser redobrado. AN não é dar restos de comida ou arroz com frango cozido na água. É uma dieta balanceada, suplementada com vitaminas e minerais específicos, prescrita por um zootecnista ou veterinário nutrólogo. Para filhotes, qualquer desbalanço de cálcio pode causar deformidades ósseas irreversíveis. Se escolher esse caminho, siga a receita à risca, sem improvisos.

O Perigo dos “Agradinhos” e Restos de Mesa

É quase impossível resistir àquele olhar pidão quando estamos almoçando, mas você precisa ser forte. Introduzir alimentos humanos temperados, restos de pizza, bordas de pão ou molhos na dieta do filhote é um erro clássico que gera cães seletivos e com problemas gastrointestinais. O sistema digestivo do cão não lida bem com excesso de sal, cebola, alho e gorduras fritas, comuns na nossa culinária.

Além do risco de intoxicação (alimentos como uva, chocolate e macadâmia são tóxicos), dar comida de mesa cria um monstro comportamental. O cão aprende que, se latir ou chorar enquanto você come, ele ganha um prêmio. Com o tempo, isso torna as refeições da família um momento estressante. Se você quer mimar seu cão, use alimentos seguros como pedacinhos de cenoura crua, maçã (sem sementes) ou petiscos próprios para cães, e ofereça-os dentro da tigela ou como recompensa de treino, nunca direto da mesa.

Existe uma regra prática na nutrição veterinária: os petiscos não devem ultrapassar 10% das calorias diárias do cão. Se você enche o filhote de biscoitos durante o dia, ele naturalmente não terá fome na hora da ração principal, que é onde estão os nutrientes essenciais. Isso cria um ciclo vicioso onde o cão recusa a ração para ganhar o petisco, resultando em desnutrição nutricional mesmo em cães com sobrepeso.

Comparativo: Tipos de Alimentação para Filhotes

Para te ajudar a visualizar as opções disponíveis no mercado e entender onde o produto que você escolheu se encaixa, preparei um quadro comparativo entre três categorias comuns de alimentação.

CaracterísticaRação Super Premium (Seca)Ração Úmida (Lata/Sachê)Alimentação Natural (AN)
NutriçãoCompleta e balanceada, alta digestibilidade.Geralmente completa, mas verifique o rótulo. Alta palatabilidade.Excelente se formulada por especialista. Risco alto se feita em casa sem guia.
HidrataçãoBaixa (cerca de 10% de água). O cão precisa beber mais água.Alta (70-80% de água). Ajuda na saúde urinária.Alta (ingredientes frescos têm muita água).
Saúde DentalO atrito ajuda levemente na limpeza, mas não substitui escovação.Tende a acumular mais resíduos nos dentes se não houver higiene.Variável. Ossos recreativos podem ajudar (com supervisão).
PraticidadeMáxima. Fácil de armazenar e servir.Média. Depois de aberto, dura pouco na geladeira.Baixa. Exige preparo, congelamento e suplementação.
CustoElevado, mas com bom custo-benefício nutricional.Alto. Alimentar só com úmida é caro para cães grandes.Variável, mas tende a ser mais caro e trabalhoso.

Resolução de Problemas Comuns

“Meu Filhote Não Quer Comer a Ração”

Essa é uma das queixas mais frequentes no consultório. Antes de assumir que o cão é “enjoado”, precisamos descartar problemas de saúde. Verifique se ele está ativo, bebendo água e com fezes normais. Se ele estiver apático, corra para o veterinário. Se ele estiver saudável e brincando, o problema provavelmente é comportamental ou de manejo. Pode ser que você esteja oferecendo comida demais ou petiscos em excesso entre as refeições.

Uma tática eficaz é a técnica dos 15 minutos. Coloque a ração no horário estipulado e deixe disponível por apenas 15 minutos. Se ele não comer ou comer pouco, retire o pote e só ofereça novamente na próxima refeição programada, sem dar nenhum petisco no intervalo. Isso ensina ao cão que a oportunidade de comer é passageira e valiosa. Não se preocupe, um cão saudável não morrerá de fome por pular uma ou duas refeições (desde que não seja um filhote muito pequeno com risco de hipoglicemia).

Outro fator pode ser a textura ou temperatura. Filhotes muito jovens podem achar os grãos duros difíceis de quebrar. Tente umedecer a ração com um pouco de água morna (não fervendo, para não destruir vitaminas) para liberar o aroma e facilitar a mastigação. Evite trocar de marca de ração a cada recusa; isso só reforça o comportamento seletivo e pode causar diarreia por trocas bruscas de dieta.

O Cão “Aspirador de Pó”: Comendo Rápido Demais

No extremo oposto, temos os filhotes que engolem a comida em segundos, sem nem mastigar. Isso é comum em cães que vieram de ninhadas grandes, onde tinham que competir por comida com os irmãos. O perigo aqui é o engasgo, o vômito logo após comer e a má digestão. Além disso, comer muito rápido não gera saciedade, deixando o cão ansioso por mais comida o tempo todo.

Para resolver isso, você deve transformar a hora da comida em um desafio mental. Esqueça o pote fundo tradicional. Use comedouros lentos (slow feeders), que possuem labirintos e obstáculos que obrigam o cão a “caçar” os grãos com a língua. Isso desacelera o processo drasticamente. Outra opção é usar brinquedos recheáveis ou dispensadores de comida, onde o cão precisa rolar o objeto para que a ração caia.

Você também pode espalhar a ração em uma forma de bolo larga ou até mesmo usar a própria ração como recompensa durante sessões de treino. Ao invés de dar tudo de uma vez, você faz ele sentar, deitar e dar a pata, pagando com grãos de ração. Isso gasta energia mental, aumenta o vínculo e resolve o problema da velocidade, tudo ao mesmo tempo.

Troca de Ração e Diarreias

É comum que, ao trazer o filhote para casa, você queira mudar a ração que ele comia no canil ou no abrigo para uma de melhor qualidade. Essa intenção é ótima, mas a execução precisa ser cuidadosa. O intestino do filhote é habitado por bactérias acostumadas com o alimento antigo. Se você mudar tudo de uma vez, essas bactérias entram em colapso, resultando em diarreias líquidas e flatulência.

A regra para qualquer troca de alimentação é a gradualidade de 7 dias. Comece misturando 20% da ração nova com 80% da antiga nos dois primeiros dias. Nos dias 3 e 4, faça meio a meio (50/50). Nos dias 5 e 6, coloque 80% da nova e 20% da antiga. Só no sétimo dia ofereça 100% da ração nova. Se em algum momento o intestino soltar, volte um passo e mantenha a proporção anterior por mais alguns dias.

Lembre-se também que o estresse da mudança de casa já afeta a imunidade e a digestão do filhote. Às vezes, vale a pena manter a ração antiga por uma ou duas semanas até que ele esteja totalmente adaptado ao novo lar, e só então iniciar a transição alimentar. Menos mudanças simultâneas significam menos estresse para o organismo do seu pequeno.

Manejo Prático para o Dia a Dia

Como Calcular a Quantidade Certa

A maioria das embalagens de ração traz uma tabela no verso, mas ela pode ser confusa. Geralmente, a tabela cruza a “idade do filhote” com o “peso esperado quando adulto” ou o “peso atual”. É crucial ler com atenção para não errar. Se a tabela pede o peso do adulto e você tem um Vira-Lata (SRD), estime o tamanho baseando-se no tamanho das patas e na estrutura atual, ou peça uma estimativa ao seu veterinário.

A quantidade indicada na embalagem é o total para o dia inteiro (24 horas), e não por refeição. Se o pacote diz 200g e você deve alimentar 4 vezes ao dia, você dará 50g em cada refeição. Use uma balança de cozinha para pesar a ração. Copos medidores são imprecisos e variam muito de marca para marca. Um punhado a mais por dia pode parecer pouco, mas em um cão de 5kg, é o equivalente a você comer um hambúrguer extra todo dia.

Além da matemática, use o “olhômetro” clínico. O corpo do seu cachorro conta a verdade. Você deve conseguir sentir as costelas dele facilmente ao passar a mão na lateral do tórax, mas não deve vê-las saltadas de longe. Se tiver que apertar para sentir os ossos, ele está gordinho e precisa comer um pouco menos. Se as costelas, vértebras e ossos do quadril estiverem visíveis, ele precisa comer mais. O ajuste é dinâmico e muda a cada semana conforme ele cresce.

Água: O Nutriente Esquecido

Muitas vezes focamos tanto na comida sólida que esquecemos da hidratação. A água é essencial para a digestão e absorção dos nutrientes da ração. Filhotes que comem ração seca precisam beber bastante água para compensar a baixa umidade do alimento. Deixe sempre água fresca e limpa disponível em vários pontos da casa.

Lave os potes de água e comida diariamente com água e sabão. O biofilme (aquela baba que fica no fundo do pote) é uma colônia de bactérias que pode causar gengivite e problemas digestivos. Evite potes de plástico, que acumulam ranhuras e bactérias com o tempo. Prefira inox, cerâmica ou vidro.

Nos dias quentes, você pode colocar pedras de gelo na água para atrair a atenção do filhote e estimulá-lo a beber mais, ou até mesmo oferecer “picolés” de ração úmida congelada. Manter o filhote hidratado ajuda a manter os rins saudáveis e melhora a regulação térmica, já que cães não suam como nós.

O Papel do Veterinário Nutrólogo

Embora as diretrizes gerais funcionem para a maioria, alguns casos exigem um olhar especialista. Cães com alergias alimentares, problemas renais congênitos ou raças gigantes com necessidades de crescimento muito específicas se beneficiam imensamente de uma consulta com um nutrólogo veterinário. Esse profissional pode formular dietas caseiras balanceadas ou indicar rações terapêuticas precisas.

Não tente “brincar de químico” suplementando cálcio ou vitaminas por conta própria. O excesso de vitaminas é tão perigoso quanto a falta. O excesso de cálcio em um Dogue Alemão filhote, por exemplo, pode travar o crescimento ósseo e causar deformidades graves. Confie na ração de qualidade ou na prescrição do profissional.

A nutrição é um campo da medicina veterinária que evoluiu muito. Hoje sabemos que a comida influencia até o comportamento e a saúde mental do cão. Encare a alimentação não como uma tarefa doméstica chata, mas como a medicina preventiva mais barata e eficiente que você pode oferecer ao seu companheiro. Com paciência, observação e bons ingredientes, você está construindo a saúde do seu cão, grão por grão.

Sources help

  1. vetopet.com.br
  2. youtube.com
  3. petscare.com
  4. doghero.com.br
  5. racaodecachorro.com.br
  6. cpt.com.br
  7. petzilla.com.br
  8. petlove.com.br
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