Pug solta muito pelo? Verdades sobre a queda
Pug solta muito pelo? Verdades sobre a queda

Pug solta muito pelo? Verdades sobre a queda

Pug solta muito pelo? Verdades sobre a queda

Você provavelmente chegou aqui porque acabou de olhar para o seu sofá, para a sua roupa preta favorita ou para o banco do carro e suspirou fundo. Eu entendo. No consultório, é uma cena clássica: o tutor entra com seu Pug adorável e sai coberto por uma “nuvem” de pelos claros, pedindo desculpas constrangido. Mas deixe-me te contar um segredo logo de cara: isso não é culpa sua e, na maioria das vezes, não é culpa de nenhuma doença terrível.

O Pug é uma daquelas raças que enganam. A gente olha para aquele pelo curtinho e pensa: “Ah, tranquilo, não vai dar trabalho igual a um Golden Retriever”. Ledo engano. A realidade é que esses pequenos “tanques de guerra” compactos são verdadeiras máquinas de produzir e soltar pelos. E se você é pai ou mãe de um deles, precisa entender a fisiologia por trás disso para parar de lutar contra a natureza e começar a gerenciá-la de forma inteligente.

Vou te guiar por tudo o que você precisa saber, de médico para tutor, sem aquele “veterinês” complicado. Vamos desvendar o que é normal, o que é sinal de perigo e, o mais importante, como você pode reduzir essa tempestade de pelos na sua vida. Prepare-se, pegue um rolinho adesivo e vamos nessa.

Por que a casa vive cheia de pelos? Entendendo a Raça

Muita gente acredita que cachorro de pelo curto dá menos trabalho nesse quesito, mas a lógica biológica é, na verdade, o oposto. Pense no pelo como uma planta que tem um ciclo de vida: nascer, crescer, morrer e cair. Em cães de pelo longo, como um Yorkshire ou um Maltês, essa fase de crescimento (anágena) é super longa. O pelo fica lá, crescendo por meses ou anos, igual ao nosso cabelo. Ele demora para cair.

Já no seu Pug, o ciclo é extremamente rápido. O pelo nasce, atinge aquele comprimento curtinho máximo em poucas semanas, morre e… cai para dar lugar a um novo. É uma rotatividade frenética. Você tem milhares de folículos trabalhando a todo vapor, 24 horas por dia, expulsando fios velhos para produzir novos. É por isso que parece que nunca acaba. Quando você aspira a casa de manhã, à tarde já tem “tufos de deserto” rolando pela sala.

Além disso, o Pug possui o que chamamos de pelagem dupla (na maioria dos exemplares, especialmente os de cor fulvo ou abricó). Eles têm o pelo de cobertura, que é esse mais grosso que você vê e sente, e o subpelo, que é uma camada macia, lanosa e densa que fica por baixo para isolamento térmico. É justamente esse subpelo que se solta com uma facilidade impressionante, voando pelo ar e grudando em tecidos.

A biologia do pelo curto: ciclo de vida acelerado

Para entender a fundo, visualize a pele do seu Pug como uma fábrica que nunca faz greve. A fase de repouso do folículo (telógena) é curta. Isso significa que, a qualquer momento dado, uma enorme porcentagem da pelagem do seu cão está pronta para se desprender. Ao contrário de nós, que perdemos cerca de 100 fios de cabelo por dia, um Pug pode perder milhares sem ficar careca.

A densidade folicular deles é altíssima. Em cada complexo piloso (o buraquinho de onde sai o pelo), podem sair vários fios. Quando você faz carinho no seu Pug, a simples ação mecânica da sua mão já é suficiente para desalojar esses fios que estavam apenas “encaixados”, prontos para partir. Não é que o pelo esteja fraco; é que o prazo de validade dele expirou.

Essa característica é evolutiva e não tem cura. Não existe um remédio mágico que faça o ciclo do pelo parar, porque se parasse, seu cão ficaria calvo ou com a pelagem velha e sem proteção. O que precisamos focar é em como remover esse pelo morto de forma controlada antes que ele decida cair no seu tapete recém-limpo.

O mito da “troca sazonal”: eles trocam o ano todo?

Você já deve ter ouvido falar que cães trocam de pelo na primavera e no outono, certo? Na teoria, isso serve para preparar o animal para o verão (soltando o subpelo grosso) e para o inverno (criando uma pelagem mais densa). Isso é verdade absoluta para cães que vivem na natureza ou quintais, expostos às variações reais de luz e temperatura (fotoperíodo).

Porém, o seu Pug provavelmente vive dentro de casa, com você. Ele está exposto à luz artificial da TV, do computador e das lâmpadas LED até tarde da noite. Ele vive no ar-condicionado no verão e no aquecedor (ou debaixo das cobertas) no inverno. Sabe o que isso faz com o relógio biológico dele? Bagunça tudo.

Para o organismo do Pug moderno, “sempre é hora de trocar de pelo”. A distinção sazonal fica borrada. Embora você ainda possa notar picos de queda nas mudanças de estação, a realidade do Pug de apartamento é uma queda constante, perene e estável ao longo dos 365 dias do ano. Aceitar que não existe uma “época de trégua” é o primeiro passo para não se frustrar.

Genética e cor: Pugs pretos soltam menos pelo que os abricós?

Essa é uma das perguntas que mais recebo no consultório e a resposta curta é: sim, geralmente há uma diferença. Os Pugs pretos tendem a ter uma pelagem ligeiramente diferente em textura e composição. Muitos tutores e criadores relatam que os Pugs pretos possuem menos subpelo (aquela camada lanosa interna) do que os de cor fulvo (abricó).

A pelagem do Pug preto costuma ser um pouco mais sedosa e, por ter menos subpelo para descartar, a percepção de queda é menor. Note que eu disse “menor”, não “inexistente”. Eles ainda soltam pelo, e o pelo preto se destaca muito em pisos claros ou sofás beges. Mas, em volume, o Pug abricó costuma ser o campeão indiscutível da “neve” dentro de casa.

Além disso, a genética individual conta muito. Existem linhagens de Pugs com pelagem mais densa e outras com pelagem mais rala. Se os pais do seu filhote eram “fábricas de pelo”, é muito provável que seu pequeno herde essa característica. Observar a pelagem dos pais é sempre um bom indicativo do que esperar no futuro, embora, convenhamos, a gente ame eles independente da quantidade de aspirador que precisaremos passar.

Quando a queda deixa de ser apenas estética?

Até agora falamos do normal. Mas como saber se o seu Pug está com algum problema? A linha entre uma muda intensa e uma doença dermatológica pode parecer tênue para um olhar destreinado, mas existem sinais claros que você deve monitorar. A queda fisiológica (normal) é difusa; ela acontece no corpo todo por igual. Seu cão perde pelo, mas não fica careca em lugar nenhum.

Se você começa a notar “clareiras”, ou seja, áreas circulares sem pelo (alopecia), ou se a pelagem está ficando rala a ponto de ver a pele por baixo, acenda o sinal de alerta. Pugs são predispostos a uma série de dermatopatias, e a pele é o espelho da saúde interna do animal. Uma pelagem opaca, quebradiça e sem vida também não é normal, mesmo que a queda não seja excessiva.

Outro ponto crucial é o comportamento. Queda normal não coça. Se o seu Pug está se coçando, se lambendo compulsivamente ou esfregando o rosto nos móveis, a queda de pelo é consequência desse trauma, e não a causa primária. Coceira nunca é normal e deve ser investigada imediatamente, pois Pugs têm a pele sensível e cheia de dobras que são paraísos para bactérias e fungos.

Diferenciando a muda natural de doenças de pele

Faça um teste simples: passe a mão no sentido contrário ao do pelo do seu Pug. A pele deve estar íntegra, clarinha (ou pigmentada conforme a cor dele), sem vermelhidão, casquinhas, bolinhas ou odor forte. Se você notar qualquer uma dessas alterações junto com a queda, não é apenas troca de pelo. Pode ser uma dermatite alérgica, uma infecção bacteriana (piodermite) ou fúngica.

A sarna demodécica (sarna negra), por exemplo, é muito comum em Pugs e pode causar quedas localizadas, muitas vezes ao redor dos olhos ou nas patas, sem causar tanta coceira no início. Já as alergias alimentares ou atopia (alergia a coisas do ambiente como pólen e ácaros) costumam vir acompanhadas de uma coceira enlouquecedora e pele avermelhada, especialmente nas patas e virilhas.

Portanto, a regra de ouro é: Pelo caindo + Pele saudável = Normal. Pelo caindo + Pele vermelha/machucada/coçando = Veterinário. Não tente tratar problemas de pele com receitas caseiras ou shampoos de gente; a pele do Pug tem um pH diferente e é extremamente reativa. O que funciona para o vizinho pode causar uma crise alérgica grave no seu gordinho.

O papel do estresse e da ansiedade na alopecia

Você sabia que seu Pug pode ficar careca de tanto estresse? Pois é. Cães são seres emocionais e Pugs são particularmente apegados aos donos (são cães de companhia por excelência). Mudanças bruscas na rotina, a chegada de um novo pet, um bebê, ou mesmo a sua ausência prolongada podem desencadear um quadro de ansiedade.

O estresse libera cortisol, que em excesso afeta o sistema imunológico e a saúde dos folículos pilosos. Além disso, existe a “alopecia psicogênica”, onde o cão se lambe tanto (geralmente nas patas ou flancos) por ansiedade que arranca os próprios pelos. É como se fosse a unha roída dos humanos.

Se você notar que a queda aumentou drasticamente após uma mudança na casa ou na rotina, considere o fator emocional. Enriquecimento ambiental, passeios de qualidade e tempo junto com você são “remédios” poderosos. Às vezes, o que falta não é vitamina, é atenção e segurança emocional para o seu pet.

Parasitas silenciosos: sarnas e fungos que imitam queda natural

Nem sempre os parasitas são visíveis a olho nu como carrapatos e pulgas. Ácaros microscópicos e fungos podem estar fazendo a festa na pele do seu Pug, causando uma queda que você acha que é sazonal. A dermatofitose (tinha), por exemplo, é causada por fungos que se alimentam da queratina do pelo, fazendo com que o fio se quebre na base.

Isso dá uma aparência de pelo “roído” ou falhado. Em Pugs, as dobras faciais e a base da cauda (que é bem enroladinha) são locais propícios para esses invasores devido à umidade e calor. Se você sente um cheiro de “queijo” ou “pés sujos” vindo da pele do seu cão, ou se nota uma oleosidade excessiva, é provável que haja um desequilíbrio na flora da pele (disbiose), com supercrescimento de leveduras como a Malassezia.

O diagnóstico preciso é feito com raspado de pele e análise em microscópio no consultório. Não adianta dar banho com shampoo antipulgas se o problema for fungo. Pelo contrário, você pode ressecar a pele e piorar o quadro. A prevenção com pipetas ou comprimidos para ectoparasitas (pulgas e carrapatos) deve estar em dia, pois a picada de uma única pulga pode desencadear uma queda de pelo generalizada em cães alérgicos à saliva dela (DAPE).

A Tríade do Controle: Alimentação, Hidratação e Suplementos

Agora que já tiramos o peso da culpa e entendemos o problema, vamos para a ação prática. Se você quer diminuir a quantidade de pelo voando, precisa começar de dentro para fora. O pelo é feito quase inteiramente de proteína. Se a dieta do seu Pug for pobre em nutrientes, o corpo dele, que é inteligente, vai desviar os recursos para órgãos vitais (coração, fígado, cérebro) e deixar a pele e o pelo “passarem fome”.

O resultado? Pelos fracos, que se soltam com qualquer brisa. Investir em uma alimentação de alta qualidade não é luxo, é economia com veterinário e produtos de limpeza no futuro. Uma ração Super Premium ou uma Alimentação Natural bem balanceada (prescrita por zootecnista ou vet nutrólogo) garante que o folículo tenha “combustível” para segurar o fio por mais tempo.

Além da comida, temos outros dois pilares que muitos donos esquecem: água e suplementação estratégica. Um cão desidratado tem pele seca. Pele seca descama e solta pelo. É uma matemática simples. E sobre suplementos… calma, não saia comprando tudo o que vê na prateleira do pet shop. Vamos falar do que realmente funciona.

Como a ração influencia diretamente na força do fio

A qualidade da proteína é tudo. Rações baratas (Standard ou de combate) muitas vezes usam proteínas de baixa digestibilidade (como penas ou subprodutos de baixa qualidade). Seu Pug come, mas não absorve o necessário para manter uma pelagem exuberante. Procure rações que tenham carne de verdade como primeiros ingredientes e um bom equilíbrio de gorduras.

Pugs têm tendência à obesidade, então o desafio é encontrar uma ração rica em nutrientes, mas com calorias controladas. Rações específicas para a raça ou para “cães de pele sensível” costumam ter níveis elevados de Zinco e Vitaminas do complexo B, que são fundamentais para a integridade da barreira cutânea.

Se você opta pela alimentação natural, o cuidado deve ser redobrado. Cozinhar arroz e frango não é suficiente. Faltam minerais e vitaminas essenciais. Sem um suplemento mineral-vitamínico adequado na comida caseira, a queda de pelo do seu Pug vai piorar drasticamente em poucos meses. O equilíbrio é a chave.

Água e hidratação sistêmica: o segredo esquecido

Você sabe quanto seu Pug bebe de água por dia? A maioria dos tutores não sabe. A hidratação interna é o hidratante mais barato e eficiente que existe. A pele é o maior órgão do corpo e precisa de água para manter sua elasticidade e função de barreira.

Pugs, por serem braquicefálicos (focinho curto), às vezes são preguiçosos para beber água ou têm dificuldade com certos bebedouros. Espalhe potes de água fresca pela casa. Use bebedouros de cerâmica ou inox (plástico pode causar acne no queixo e acumula bactérias). Se ele bebe pouco, experimente colocar pedrinhas de gelo no pote ou oferecer água de coco (com moderação) nos dias quentes.

Uma dica de ouro: adicione um pouco de água morna na ração seca. Isso não só libera um cheiro que abre o apetite deles, como força a ingestão de líquidos extra. Um Pug bem hidratado tem um pelo mais brilhante e que se fixa melhor na pele.

Ômega 3 e vitaminas: quando e como suplementar

O Ômega 3 (encontrado em óleo de peixe de águas profundas) é o rei da dermatologia veterinária. Ele é um anti-inflamatório natural potente e ajuda a melhorar a qualidade da barreira lipídica da pele. Para Pugs, que costumam ter pele atópica ou sensível, o Ômega 3 é quase obrigatório.

Mas atenção à dose e à qualidade. Não adianta dar cápsula de gente sem saber a dosagem, ou comprar produtos que não tenham selo de pureza (livre de metais pesados). A levedura de cerveja também é um suplemento antigo e funcional, rica em vitaminas do complexo B, que ajudam na fortificação do fio.

Porém, cuidado com o excesso. “Vitamina para pelo” em excesso pode sobrecarregar o fígado. Suplementação deve ser feita em ciclos e sempre sob orientação. Se o seu cão já come uma ração Super Premium Dermato, ela já vem com doses altas desses nutrientes. Adicionar mais pode ser desperdício ou até prejudicial (hipervitaminose). Consulte sempre seu vet de confiança antes de virar a farmácia no pote de comida dele.

Rotina de Manutenção: O Guia do Dono Experiente

Se a gente não pode parar a queda, a gente pode gerenciar para onde o pelo vai. A estratégia aqui é simples: remover o pelo morto no seu tempo e local escolhidos, e não deixar que ele caia aleatoriamente no sofá. Isso exige disciplina e as ferramentas certas.

Muitos donos erram ao usar a escova errada. Usar uma rasqueadeira macia num Pug pode não tirar quase nada do subpelo morto. Usar uma escova de pinos longos também não resolve. O segredo está em atingir o subpelo sem machucar a pele sensível deles.

E o banho? Ah, o banho é um capítulo à parte. Tem gente que dá banho toda semana achando que vai limpar os pelos soltos, mas acaba ressecando a pele e estimulando mais queda. Vamos ajustar essa rotina para transformar você em um expert na pelagem do seu Pug.

A arte da escovação: ferramentas certas e frequência

Para Pugs, você precisa de duas ferramentas básicas: uma luva de borracha (ou escova de borracha tipo “Zoom Groom”) para o dia a dia e uma ferramenta de deshedding (como o famoso Furminator) para uso esporádico.

A luva de borracha pode ser usada diariamente ou dia sim, dia não. Ela remove os pelos superficiais e massageia a pele, estimulando a circulação (o que é ótimo). Já a ferramenta de deshedding é uma lâmina que entra no meio da pelagem e puxa o subpelo morto que está lá no fundo. Cuidado: essa ferramenta é poderosa. Se você usar todo dia ou colocar muita força, pode deixar falhas no seu cachorro ou irritar a pele. Use uma vez a cada 10 ou 15 dias, com mão leve.

Transforme a escovação em um momento de carinho. Comece devagar, dê petiscos. Se você transformar isso numa batalha, seu Pug vai fugir de você. A ideia é que ele associe a escovação a uma massagem gostosa. Faça isso preferencialmente numa área externa ou fácil de varrer, porque vai sair pelo suficiente para montar um segundo cachorro.

Banhos: o erro comum que piora a queda

A pele do cão demora cerca de 48 a 72 horas para recuperar sua oleosidade natural após um banho. Se você lava seu Pug toda semana com shampoo forte, você remove essa proteção constantemente. A pele fica seca, descama e o pelo cai mais.

Para Pugs saudáveis (sem problemas de pele que exijam banhos terapêuticos), um banho a cada 15 ou 20 dias é suficiente. Use água morna (nunca quente) e shampoos hidratantes próprios para cães. Evite shampoos “branqueadores” em excesso, pois costumam ser mais agressivos.

A secagem é crucial. Um subpelo úmido é convite para fungos. Use o secador com ar morno ou frio, nunca quente direto na pele. E aqui vai um truque de vet: durante o banho, na hora do condicionador, use a escova de borracha. A água ajuda os pelos mortos a deslizarem e saírem pelo ralo (use um filtro no ralo para não entupir!). Isso remove uma quantidade absurda de pelo morto de uma vez só.

Hidratação tópica: cremes e loções funcionam?

Sim, funcionam! Assim como nós usamos hidratante após o banho, os cães se beneficiam muito da hidratação. Existem máscaras de hidratação específicas para pets e sprays de leave-in que ajudam a manter a cutícula do pelo fechada e a pele elástica.

Sprays hidratantes à base de aveia, aloe vera ou ceramidas são ótimos para aplicar entre os banhos, especialmente se você mora em regiões secas. Borrife, passe a mão para espalhar e escove. Isso ajuda a diminuir a eletricidade estática (que faz o pelo grudar na roupa) e mantém o cheirinho de banho por mais tempo.

Evite receitas caseiras com óleos de cozinha ou coisas gordurosas que podem entupir os poros. Invista em produtos veterinários formulados para o pH canino. Uma pele hidratada segura o pelo por mais tempo do que uma pele ressecada e esturricada.

Convivência Pacífica: Mantendo a Casa e o Pet Limpos

Você já entendeu a biologia, ajustou a dieta e comprou a escova certa. Mas a realidade é que, mesmo com tudo perfeito, você ainda vai encontrar pelos. É parte do “pacote Pug”. A diferença é que agora será gerenciável.

A convivência com um Pug exige adaptações na casa. É uma troca: você ganha um companheiro incrivelmente amoroso, engraçado e leal, e em troca, aceita que sua casa nunca mais será estéril como uma sala de cirurgia. E tudo bem!

Vamos falar de táticas de guerra para manter a casa apresentável e as roupas livres de pelos (ou quase livres) antes de sair para o trabalho.

Aspiradores e rolinhos: o kit de sobrevivência

Esqueça a vassoura. Varrer pelo de Pug só faz ele voar e pousar em móveis mais altos. Seu melhor amigo agora é o aspirador de pó, de preferência um modelo vertical sem fio para facilitar o uso diário, ou melhor ainda, um aspirador robô. Se puder, tenha um robô aspirador programado para rodar todo dia. É libertador.

Para as roupas, tenha rolinhos adesivos em todos os lugares: um no carro, um na bolsa, um na porta de saída e vários na lavanderia. Os rolinhos laváveis de silicone são econômicos e ecológicos. Outra dica é usar luvas de borracha (aquelas de lavar louça) levemente úmidas para passar no sofá e almofadas. O atrito da borracha junta os pelos em bolinhos fáceis de tirar.

Na máquina de lavar roupas, existem “bolinhas” ou esponjas específicas que você joga junto com a roupa para capturar pelos soltos durante a lavagem. Ajudam, mas não fazem milagre. A prevenção (rolinho antes de lavar) ainda é a melhor tática.

Roupas e capas: proteção ou problema?

Colocar roupinha no Pug para ele não soltar pelo na casa: boa ou má ideia? Depende. Usar uma camiseta leve de algodão pode ajudar a segurar os pelos mortos dentro da roupa em vez de no chão, especialmente se você vai receber visitas ou viajar de carro.

Porém, o uso constante de roupa pode abafar a pele, causar nós (se o pelo for um pouco mais longo no pescoço) e piorar problemas de fungos. Pugs superaquecem fácil. Então, use roupas como estratégia temporária, não como pijama 24 horas. E sempre, sempre escove o cão ao tirar a roupa para remover o que ficou acumulado e aerar a pele.

Para o sofá, capas impermeáveis ou mantas fáceis de lavar são essenciais. Ensine seu Pug a ficar sobre a mantinha dele no sofá. É mais fácil lavar uma manta por semana do que higienizar o estofado do sofá inteiro.

Aceitação: aprendendo a amar o “glitter” do Pug

Por fim, o aspecto psicológico. No mundo dos amantes de cães, chamamos carinhosamente os pelos de “glitter de cachorro”. É o sinal de que existe vida, amor e alegria naquela casa. Uma casa impecável, sem um único pelo fora do lugar, é muitas vezes uma casa solitária.

Claro, higiene é fundamental. Mas não deixe que a obsessão pela limpeza estrague sua relação com seu pet. Se você abraçar seu Pug, vai sair com pelos na roupa. E daí? Isso mostra que você foi abraçado. Ajuste suas expectativas. O amor que um Pug devolve é infinitamente maior do que o trabalho que ele dá com o aspirador.

E para facilitar sua decisão ou comparação, preparei um quadro comparativo com outras raças populares que você talvez considere. Veja como o Pug se sai em relação aos “concorrentes” de focinho curto e porte pequeno.


Comparativo: Pug vs. Buldogue Francês vs. Boston Terrier

CaracterísticaPugBuldogue FrancêsBoston Terrier
Intensidade da QuedaAlta. Troca constante o ano todo, com picos sazonais. Possui subpelo denso (na maioria das cores).Média. Solta pelo, mas geralmente menos que o Pug. A textura é mais grossa e rígida.Baixa/Média. Possui pelagem muito curta e fina, geralmente sem subpelo denso. Queda bem mais discreta.
Cuidados com a PeleExigente. Dobras faciais profundas precisam de limpeza diária. Alta tendência a alergias e fungos.Moderada/Exigente. Também tem dobras (menos profundas) e alta tendência a dermatites alérgicas.Baixa/Moderada. Menos dobras faciais, pele geralmente menos problemática, mas pode ter alergias.
Manutenção (Escovação)Frequente. Ideal 3x na semana para controlar a “nuvem” de pelos.Semanal. 1x na semana costuma ser suficiente para remover pelos mortos.Ocasional. Uma passada de luva semanal ou quinzenal já resolve.

Se você ainda está na dúvida, saiba que o Pug exige dedicação, sim. Mas ele paga cada minuto gasto na limpeza com um ronco engraçado e um olhar de adoração que nenhuma outra raça tem. Cuide da saúde dele, capriche na ração e no Ômega 3, e compre um bom aspirador. Vai valer a pena!

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