Principais doenças do Yorkshire e como evitar
Principais doenças do Yorkshire e como evitar

Principais doenças do Yorkshire e como evitar

Principais doenças do Yorkshire e como evitar

Olá, tutor dedicado. Se você tem um Yorkshire Terrier em casa ou está pensando em trazer um para a sua família, já deve ter percebido que esses pequenos notáveis possuem uma personalidade gigante. No meu consultório, costumo dizer que dentro de cada Yorkie existe um espírito de leão. Eles são valentes, carinhosos e incrivelmente companheiros. Mas, como médico veterinário, também preciso ser honesto com você sobre a saúde desses pequenos.

A popularidade da raça trouxe alguns desafios genéticos que vemos com frequência na clínica. Não quero que você fique assustado. Meu objetivo aqui é preparar você. O conhecimento é a melhor ferramenta para garantir que seu amigo viva muito e com qualidade. Quando você entende os sinais precoces, nós conseguimos intervir rápido. Isso faz toda a diferença entre um tratamento simples e uma emergência complexa.

Vamos conversar sobre o que você precisa vigiar. Vou explicar a fisiologia deles de forma simples, como se estivéssemos agora na sala de exame, conversando enquanto faço um carinho no seu pet. Preparei este guia completo para ser seu manual de cabeceira sobre a saúde do seu Yorkshire.

O Sorriso do Yorkie e os Desafios Dentários

A saúde bucal é frequentemente negligenciada, mas é um dos pontos mais críticos na saúde de um Yorkshire. A boca pequena dessa raça muitas vezes não oferece espaço suficiente para todos os dentes, o que cria um ambiente perfeito para o acúmulo de bactérias. O que começa como um “bafo” ruim pode evoluir para problemas que afetam o coração, o fígado e os rins do seu animal.

O Perigo Invisível do Tártaro

A doença periodontal é a afecção mais comum que atendo em cães de raça pequena. A placa bacteriana se mineraliza e forma o cálculo dentário, conhecido popularmente como tártaro. Em Yorkshires, isso acontece muito cedo, às vezes antes dos dois anos de idade. A gengiva inflama, fica vermelha e sangra com facilidade. Se não tratarmos, a infecção destrói o osso que segura o dente.

O problema maior não é apenas a perda dos dentes. As bactérias presentes nessa infecção caem na corrente sanguínea. Elas viajam pelo corpo e podem se alojar nas válvulas do coração, causando endocardite. Muitos tutores se surpreendem quando explico que tratar a boca é, na verdade, proteger o coração do animal. A prevenção aqui salva vidas e evita sofrimento desnecessário.

Você deve criar o hábito de levantar o lábio do seu cão e olhar. Manchas marrons, gengiva recuada ou mau hálito forte são sinais de alerta. Não espere o animal parar de comer para buscar ajuda. Cães são resistentes à dor dental crônica e continuam comendo mesmo com a boca infeccionada. A responsabilidade de identificar o problema é nossa.

A Persistência dos Dentes de Leite

Outra característica clássica do Yorkshire é a retenção dos dentes decíduos, os famosos dentes de leite. Normalmente, esses dentes deveriam cair para dar lugar aos permanentes. No entanto, é muito comum vermos Yorkies com “dentição dupla”, especialmente nos caninos. O dente permanente nasce, mas o de leite não cai, ficando os dois ocupando o mesmo espaço.

Isso é um desastre para a higiene bucal. O espaço entre os dois dentes acumula comida e pelos que o animal lambe, criando uma fonte de infecção impossível de limpar apenas com a escovação. Além disso, essa retenção faz com que os dentes permanentes nasçam tortos, prejudicando a mordida e o encaixe da mandíbula.

A correção geralmente é cirúrgica. Aproveitamos o momento da castração, quando o animal já está anestesiado, para remover esses dentes persistentes. É um procedimento simples que previne anos de acúmulo de tártaro e desconforto. Fique atento por volta dos seis a sete meses de idade. Se os dentes de leite ainda estiverem lá junto com os novos, agende uma consulta.

A Profilaxia como Rotina de Saúde

A prevenção é a chave para evitar que seu Yorkshire perca os dentes precocemente. A escovação diária é o padrão ouro. Eu sei que pode ser difícil acostumar um cão adulto, por isso insisto tanto para que comecem quando eles ainda são filhotes. Use pastas veterinárias saborizadas e faça disso um momento positivo, com recompensas e carinho.

Além da escovação em casa, a limpeza de tártaro profissional é necessária. Esse procedimento é feito sob anestesia geral para garantir a segurança do pet e a limpeza profunda, inclusive embaixo da gengiva, onde a escova não alcança. Muitos tutores têm medo da anestesia, mas hoje os protocolos são extremamente seguros e o risco de deixar uma boca infeccionada é muito maior do que o risco do procedimento.

Invista também em brinquedos e petiscos funcionais que ajudam na limpeza mecânica dos dentes. Eles não substituem a escovação, mas ajudam a diminuir a velocidade com que a placa se forma. Lembre-se que a saúde começa pela boca. Um sorriso saudável no seu Yorkie significa um sistema imunológico menos sobrecarregado.

Fragilidade Ortopédica em Ossos e Articulações

Os ossos finos e a estrutura delicada do Yorkshire exigem atenção redobrada. Problemas ortopédicos são uma das principais causas de dor crônica nessa raça. Muitas vezes, o cão não chora de dor; ele apenas muda o comportamento, fica mais quieto ou evita subir no sofá. Você precisa ser um observador atento da movimentação do seu amigo.

Entendendo a Luxação de Patela

A luxação de patela é, sem dúvida, a campeã das queixas ortopédicas no meu consultório para essa raça. A patela é o osso do joelho, a “rótula”. Em muitos Yorkshires, o sulco no fêmur onde a patela deveria deslizar é muito raso. Isso faz com que a patela escape do lugar, travando a perna do animal.

Você vai notar que, de vez em quando, seu cão dá um gritinho, levanta a pata traseira, dá uns três pulinhos com a perna encolhida e depois volta a andar normalmente. Isso acontece porque a patela saiu e voltou para o lugar. Com o tempo, esse “sai e entra” desgasta a cartilagem, causando artrose e dor constante.

Existem quatro graus de luxação. Nos graus leves, controlamos com fisioterapia, controle de peso e suplementos condroprotetores. Nos graus mais avançados, onde a patela fica fora do lugar a maior parte do tempo, a cirurgia é a única solução para devolver a qualidade de vida. O diagnóstico precoce ajuda a planejar o melhor manejo antes que a articulação esteja muito danificada.

A Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur

Esta é uma doença com nome complicado, mas que você precisa conhecer. Também chamada de Legg-Calvé-Perthes, ela afeta o quadril de cães jovens, geralmente entre 5 e 10 meses de idade. Ocorre uma interrupção no fluxo de sangue para a cabeça do fêmur, o osso da coxa. Sem sangue, o osso começa a morrer e se deformar.

O sinal clássico é uma manqueira que começa leve e vai piorando progressivamente em uma das patas traseiras. O animal sente muita dor ao movimentar o quadril e pode começar a perder massa muscular na perna afetada por falta de uso. É de partir o coração ver um filhote que deveria estar correndo, evitando apoiar a patinha.

O tratamento é cirúrgico. Removemos a cabeça do fêmur afetada. Parece assustador, mas a recuperação é surpreendente. O corpo forma uma “falsa articulação” de tecido fibroso e, com fisioterapia adequada, o cão volta a correr e brincar sem dor nenhuma. Se seu filhote começar a mancar sem motivo aparente, traga-o para um raio-x.

Adaptação do Ambiente para Prevenção

Prevenir lesões em Yorkshires envolve adaptar a sua casa. A estrutura óssea deles não foi feita para grandes impactos. Pular de uma cama box alta ou de um sofá repetidas vezes ao dia é um veneno para as articulações deles ao longo dos anos. Quedas acidentais do colo também são causas frequentes de fraturas de rádio e ulna (os ossos da pata da frente).

Recomendo fortemente o uso de rampas ou escadinhas pet ao lado do sofá e da cama. Ensine seu cão a usá-las desde cedo. Evite pisos muito lisos ou encerados. O “escorrega” constante força os joelhos e o quadril. Tapetes emborrachados ou passadeiras ajudam a dar tração e segurança para eles correrem pela casa.

Mantenha as unhas sempre curtas. Unhas compridas alteram a pisada do animal e forçam as articulações dos dedos e dos punhos. São cuidados simples de manejo ambiental que reduzem drasticamente a chance de você precisar de um ortopedista veterinário no futuro.

O Sistema Respiratório e o Colapso de Traqueia

Se você já ouviu um Yorkshire fazendo um barulho que parece um ganso grasnando, você provavelmente presenciou um episódio de colapso de traqueia. Essa condição é progressiva e exige manejo por toda a vida do animal. É angustiante para o tutor ver o cão com “falta de ar”, mas entender a mecânica ajuda a manter a calma e agir certo.

Anatomia da Traqueia no Pequeno Porte

Imagine a traqueia como um tubo de aspirador de pó, feito de anéis de cartilagem que mantêm o canal aberto para o ar passar. Nos Yorkshires, existe uma predisposição genética para que esses anéis sejam mais fracos e moles do que deveriam. Além disso, a membrana que fecha esses anéis pode ser frouxa.

Quando o cão fica excitado, faz exercício ou puxa a guia, a pressão do ar faz com que essa traqueia “achate”, estreitando a passagem do ar. É como tentar beber um milkshake grosso com um canudo de papel molhado; as paredes do canudo colabam e o líquido não passa.

Com o tempo, a inflamação crônica causada por esse atrito da tosse piora a situação. A traqueia fica cada vez mais sensível. Por isso, nosso objetivo não é curar a doença (já que é estrutural), mas sim evitar as crises de tosse que inflamam a região.

Identificando a Tosse de Ganso

A tosse do colapso de traqueia é muito característica. Ela é seca, alta e, como mencionei, lembra o som de um ganso. Geralmente acontece quando o cão está muito feliz (quando você chega em casa), quando bebe água muito rápido ou quando há mudança brusca de temperatura. Em casos graves, o cão pode ficar com a língua roxa (cianose) e até desmaiar por falta de oxigenação.

É vital diferenciar essa tosse de outras doenças, como problemas cardíacos ou “gripe canina”. O diagnóstico é feito com raio-x ou endoscopia. Se o seu cão tem crises frequentes, precisamos entrar com medicações antitussígenas, broncodilatadores e anti-inflamatórios para quebrar o ciclo da tosse.

Não ignore uma “tossinha” frequente. Quanto mais o cão tosse, mais a traqueia se irrita e mais ele tosse. É um ciclo vicioso que precisa ser interrompido com medicação e manejo.

A Importância do Peitoral e Controle de Peso

A regra número um para donos de Yorkshire é: nunca use coleira de pescoço para passear. A pressão da coleira incide exatamente sobre a traqueia fragilizada. Use sempre peitorais, de preferência os modelos em formato de “H” ou coletes que distribuem a força pelo tórax e ombros, deixando o pescoço livre.

O segundo ponto crucial é o peso. Um cão obeso tem gordura acumulada também na região do pescoço e tórax, o que comprime ainda mais as vias aéreas. Além disso, o esforço para carregar o peso extra exige mais oxigênio, forçando a respiração. Manter seu Yorkie magro é, literalmente, ajudá-lo a respirar.

Evite também fumar perto do seu animal ou usar produtos de limpeza com cheiro muito forte. O sistema respiratório deles é sensível e qualquer irritante pode desencadear uma crise. Mantenha o ambiente ventilado e fresco, pois o calor excessivo também piora a dificuldade respiratória.

Alertas Metabólicos e Digestivos

Por dentro, o organismo do Yorkshire também tem suas particularidades. O metabolismo acelerado e algumas falhas genéticas no sistema de filtragem do sangue são pontos de atenção. Esses problemas podem ser silenciosos no início, então os exames de rotina (check-up) anuais são indispensáveis.

Crises de Hipoglicemia

Yorkshires, especialmente os filhotes e os de tamanho muito reduzido (os chamados “micro” ou “zero”), têm pouca reserva de glicogênio no fígado. Eles não conseguem ficar muitas horas sem comer. Se pularem uma refeição ou passarem por um estresse grande, o açúcar no sangue cai rapidamente.

Os sinais de hipoglicemia são fraqueza, tremores, gengivas pálidas, olhar perdido e, em casos graves, convulsões e coma. É uma emergência médica. Se você tem um filhote, a alimentação deve ser fracionada em 4 ou 5 vezes ao dia. Tenha sempre em casa um xarope de glicose ou mel para esfregar na gengiva em casos de emergência até chegar ao veterinário.

Conforme o cão cresce, o risco diminui, mas nunca desaparece totalmente em animais muito pequenos. Evite exercícios exaustivos sem uma alimentação prévia adequada. A energia deles acaba rápido e precisa ser reposta.

Shunt Portossistêmico

O shunt é uma má formação vascular congênita. O sangue que sai do intestino cheio de toxinas deveria passar pelo fígado para ser “limpo” antes de ir para o resto do corpo. No shunt, existe um vaso “atalho” que desvia esse sangue do fígado e o joga direto na circulação sistêmica.

O resultado é uma intoxicação crônica. O cão pode apresentar crescimento retardado (fica menor que os irmãos), comportamento estranho (como andar em círculos ou pressionar a cabeça contra a parede), vômitos e pedras na bexiga. Muitas vezes, os sintomas neurológicos aparecem logo após a refeição, quando a carga de toxinas no sangue aumenta.

O diagnóstico é feito por ultrassom com doppler ou tomografia e exames de sangue específicos (ácidos biliares). O tratamento definitivo é cirúrgico para fechar esse vaso “atalho”. Se não for possível operar, o manejo alimentar com ração hepática e medicações pode dar qualidade de vida ao animal.

Sensibilidade Gastrointestinal

O estômago e o intestino do Yorkie são, por natureza, sensíveis. Eles são propensos a quadros de gastroenterite hemorrágica, que é uma diarreia com sangue vivo de início súbito e odor muito forte. Isso pode ser desencadeado por estresse, mudança brusca de ração ou comida humana inadequada.

A dieta dessa raça deve ser de altíssima digestibilidade. Evite dar “restinhos” do almoço, especialmente comidas gordurosas ou temperadas. O pâncreas deles pode inflamar com facilidade (pancreatite) se ingerirem gordura em excesso.

Mantenha a dieta constante. Se precisar trocar a ração, faça a transição gradual ao longo de 7 dias. O uso de probióticos periodicamente ajuda a manter a flora intestinal equilibrada e previne esses episódios de “barriga sensível”.

Olhos Atentos para Doenças Oftalmológicas

Os olhos expressivos e brilhantes do Yorkshire precisam de monitoramento constante. Por serem uma raça de vida longa, é muito comum que desenvolvam problemas de visão na velhice, mas algumas condições genéticas podem aparecer mais cedo. A visão é um sentido fundamental para a segurança do pet, evitando quedas e acidentes.

A Catarata e a Perda de Visão

A catarata é a opacificação da lente do olho (o cristalino). Você vai notar que a pupila, que deveria ser preta, começa a ficar com um reflexo branco-azulado ou leitoso. Nos Yorkshires, existe uma predisposição hereditária para o desenvolvimento de catarata, que pode não estar ligada apenas à velhice ou diabetes.

Quando a catarata amadurece, ela bloqueia a passagem da luz e o cão perde a visão. Além da cegueira, a catarata pode causar inflamação dentro do olho (uveíte), que é dolorosa. Muitos tutores acham que é “coisa da idade” e deixam para lá, mas a catarata tem tratamento cirúrgico.

A cirurgia de facoemulsificação (a mesma feita em humanos) devolve a visão ao animal. Quanto mais cedo operamos, melhores são os resultados. Se o olho do seu cão está mudando de cor, procure um oftalmologista veterinário.

Atrofia Progressiva da Retina

A Atrofia Progressiva da Retina (APR) é uma doença genética degenerativa que ataca as células que captam a luz no fundo do olho. Infelizmente, é uma doença silenciosa e indolor. O primeiro sintoma costuma ser a cegueira noturna. O cão começa a ter medo de andar no escuro ou esbarra em móveis em ambientes com pouca luz.

Com o tempo, a visão diurna também é perdida. Não existe cura para a APR, mas existem suplementos antioxidantes que podem retardar a progressão. A adaptação do cão cego costuma ser muito boa, desde que o ambiente não sofra mudanças constantes de móveis.

A importância de saber dessa condição é genética: cães portadores não devem cruzar. Hoje em dia, existem testes de DNA que identificam se o animal carrega o gene da doença.

A Síndrome do Olho Seco

A Queratoconjuntivite Seca, ou “olho seco”, ocorre quando o cão não produz lágrima suficiente ou a lágrima produzida é de má qualidade. Sem a lubrificação e proteção da lágrima, a córnea fica ressecada, inflamada e suscetível a úlceras.

Você vai notar que o olho está sempre com remela, muitas vezes espessa e esverdeada, e a parte branca do olho fica vermelha. O cão pode piscar excessivamente por desconforto. O diagnóstico é feito com um teste simples no consultório chamado Teste de Schirmer, que mede a produção de lágrima em um minuto.

O tratamento é para a vida toda, com uso de pomadas imunomoduladoras que estimulam a glând lacrimal. Se não tratado, o cão pode desenvolver pigmentação na córnea e perder a visão. Limpar os olhos diariamente com soro fisiológico e observar a quantidade de secreção é parte da rotina de cuidados.

Cuidados com a Pele e a Pelagem de Seda

O pelo do Yorkshire é sua marca registrada: longo, liso, sedoso e sem subpelo. Essa característica faz com que ele seja considerado hipoalergênico para humanos, mas torna a pele do próprio cão mais exposta e sensível. Dermatopatias são motivos frequentes de visita à clínica.

Dermatite Atópica e Alergias

A atopia é uma alergia genética a componentes do ambiente, como ácaros, pólen ou fungos. O Yorkie atópico vive se coçando. Ele lambe as patas até ficarem escuras (pela oxidação da saliva), esfrega o rosto no tapete e pode ter otites de repetição (infecção de ouvido).

A pele do atópico tem uma barreira de proteção defeituosa, permitindo a entrada de alérgenos. O controle envolve banhos com shampoos especiais, hidratação da pele, controle ambiental e, em crises, medicações antipruriginosas. É uma doença que não cura, mas controla.

A alimentação rica em ômega 3 e 6 ajuda muito a fortalecer a barreira cutânea. Evitar carpetes e bichos de pelúcia onde o cão dorme também reduz a carga de ácaros. Se seu cão se coça, não ache que é normal ou “mania”. Coceira é sinal de inflamação.

Alopecia por Diluição de Cor

Alguns Yorkshires, especialmente aqueles selecionados para ter cores “diferentes” ou muito diluídas, podem sofrer de alopecia por diluição de cor. É uma condição genética onde os folículos pilosos são defeituosos e o pelo quebra e cai, deixando áreas falhadas ou “carecas”, principalmente no tronco.

A pele exposta pode ficar ressecada e descamar. Não há cura para a falha genética, mas o manejo envolve evitar banhos com produtos agressivos que ressequem ainda mais a pele e proteger o animal do sol, já que sem pelo a pele pode sofrer queimaduras.

Fique atento à qualidade do pelo. Um pelo seco, quebradiço e opaco pode ser sinal de problemas hormonais (como hipotireoidismo ou Cushing) ou dermatológicos. O pelo saudável do Yorkie deve ser brilhante e macio ao toque.

A Importância da Hidratação e Nutrição

Como o Yorkie não tem subpelo (aquela lanugem fofa por baixo do pelo principal), a pele dele é mais parecida com a nossa. Ela precisa de hidratação. O uso de condicionadores adequados e sprays hidratantes na escovação é essencial para evitar a quebra do fio e o ressecamento da pele.

A nutrição reflete diretamente na pelagem. Rações Super Premium específicas para a raça contêm níveis ótimos de biotina, zinco e ácidos graxos essenciais. Um cão mal nutridos terá um pelo feio e uma pele suscetível a infecções.

Escove seu cão diariamente. Isso não serve apenas para estética e evitar nós, mas também para remover células mortas, aerar a pele e permitir que você inspecione o corpo em busca de pulgas, carrapatos ou feridas. A escovação é um momento de saúde preventiva.

Comparativo de Perfil de Saúde e Manutenção

Para te ajudar a entender onde o Yorkshire se encaixa no universo das raças pequenas, preparei este comparativo direto. Veja como ele se comporta em relação a saúde e cuidados quando comparado a outros cães populares.

CaracterísticaYorkshire TerrierShih TzuSpitz Alemão (Lulu)
Ponto Fraco de SaúdeFígado (Shunt), Dentes e Traqueia.Olhos (Úlceras) e Pele (Alergias).Alopecia X (Black Skin) e Patela.
Nível de AtividadeAlto. Terriers são elétricos e caçadores.Baixo/Médio. Cão de colo clássico.Alto. Atento e late bastante.
Manutenção PelagemTrabalhosa. Exige escovação diária e tosas.Trabalhosa. Exige escovação diária e tosas.Média. Escovação frequente, mas não se tosa baixo.
Tendência a LatirAlta. É um cão de alarme.Baixa. Geralmente mais silencioso.Alta. Late para qualquer ruído.
Fragilidade FísicaAlta. Ossos finos, risco de quedas.Média. Mais robusto, mas focinho achatado limita fôlego.Média/Alta. Patas finas, risco de fraturas.

Cuidar de um Yorkshire é um compromisso de amor e atenção aos detalhes. Eles são pequenos guerreiros que precisam de um general atento — você. Com prevenção, boa comida, higiene oral e visitas regulares ao nosso consultório, seu pequeno terá uma vida longa e feliz ao seu lado. Cuide bem dele, e ele retribuirá com uma lealdade inabalável.

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