O que perguntar ao criador antes de comprar um filhote
O que perguntar ao criador antes de comprar um filhote

O que perguntar ao criador antes de comprar um filhote


O que perguntar ao criador antes de comprar um filhote

Escolher um novo membro para a família é um dos momentos mais emocionantes que existem. Como veterinário, vejo essa cena repetidamente: a alegria de segurar aquele serzinho peludo pela primeira vez. Mas também vejo, com mais frequência do que gostaria, o outro lado da moeda. Vejo tutores frustrados e corações partidos em meu consultório semanas depois, lidando com doenças genéticas evitáveis, problemas comportamentais graves ou parviroses que poderiam não ter acontecido. A diferença entre esses dois cenários quase sempre reside na origem do filhote.

A verdade é que a saúde do seu cão começa muito antes de ele chegar à sua casa. Ela começa nas escolhas que o criador fez antes mesmo do cruzamento. Por isso, entrevistar quem está vendendo o animal não é apenas um direito seu, é um dever de proteção. Você não está apenas comprando um animal; está investindo nos próximos 15 anos da sua vida.

Abaixo, preparei um guia profundo sobre o que você deve investigar. Não tenha vergonha de ser chato. Um bom criador vai amar o seu interesse, pois isso prova que você será um dono responsável.

Saúde e Genética: O Alicerce de Uma Vida Longa

A saúde de um filhote não é apenas sorte. Ela é resultado de ciência, testes rigorosos e seleção genética cuidadosa. Quando você conversa com um criador, o foco principal deve ser a saúde preventiva, não apenas a aparência fofa do filhote.

Os pais foram testados para doenças genéticas específicas da raça?

Esta é a pergunta técnica mais importante que você fará. Toda raça tem suas fraquezas genéticas. Golden Retrievers e Pastores Alemães tendem a ter displasia coxofemoral; Pugs e Buldogues sofrem com síndrome braquicefálica; Cavalier King Charles Spaniels podem ter problemas cardíacos graves. Um criador que apenas diz “os pais são saudáveis” porque foram ao veterinário para uma vacina não está fazendo o trabalho completo.

Você precisa exigir provas de exames específicos. Não aceite apenas a palavra dele. Pergunte pelos laudos de displasia (raio-x avaliado por especialistas), testes de DNA para atrofia progressiva de retina ou laudos cardiológicos. Um criador ético investe muito dinheiro nesses exames antes de pensar em cruzar os cães. Se ele gaguejar ou disser que “na minha linhagem não tem isso”, desconfie. A biologia não perdoa negligência e quem paga a conta, financeira e emocional, será você no futuro.

Entenda que doenças genéticas muitas vezes são recessivas. Isso significa que os pais podem parecer perfeitamente saudáveis, correr e brincar, mas carregar o gene defeituoso. Se cruzarem dois portadores, seu filhote nascerá doente. Sem o teste de DNA ou o laudo oficial, a reprodução é um jogo de roleta russa com a saúde do animal.

Posso ver o histórico médico dos pais e dos avós?

Pedir para ver os pais é o básico, mas pedir o histórico vai além. Você quer saber a longevidade daquela linhagem. Pergunte quantos anos viveram os avós da ninhada e qual foi a causa da morte deles. Cães que morrem jovens de câncer, insuficiência renal ou problemas cardíacos podem indicar uma linhagem “suja” geneticamente.

Ao analisar o histórico, observe a frequência de idas ao veterinário. Cães saudáveis geralmente só vão para check-ups anuais e vacinas. Se você notar tratamentos recorrentes para alergias de pele, otites crônicas ou problemas digestivos nos pais, prepare-se, pois seu filhote tem uma chance enorme de herdar essas mesmas “dores de cabeça”. Como veterinário, trato cães atópicos (alérgicos) a vida toda e posso garantir que é uma condição desgastante e cara.

Um criador transparente abrirá os arquivos para você. Ele terá orgulho de mostrar que sua linhagem vive 14, 15 anos com vitalidade. A ocultação de informações é o primeiro sinal de fumaça indicando um incêndio. Lembre-se que você está buscando previsibilidade. Você paga mais caro em um cão de raça justamente para ter uma ideia clara do que esperar em termos de saúde e temperamento.

Qual o protocolo de vacinação e vermifugação usado até agora?

Não basta dizer “está vacinado”. Você precisa saber o “quê”, o “quando” e o “quem”. Filhotes devem ser vermifugados múltiplas vezes antes de serem entregues, geralmente começando com 15 ou 30 dias de vida. A carga parasitária em filhotes é alta e, se não controlada, causa atraso no desenvolvimento e baixa imunidade.

Sobre as vacinas, verifique se foram aplicadas por um médico veterinário ou pelo próprio criador. Vacinas “de balcão” compradas em lojas agropecuárias e aplicadas em casa frequentemente falham devido ao armazenamento incorreto ou aplicação errada. Eu já perdi a conta de quantos filhotes atendi com cinomose ou parvovirose que supostamente tinham sido “vacinados pelo criador”. Exija a carteirinha assinada e carimbada por um profissional com CRMV ativo.

Além disso, discuta o intervalo entre as doses. Um criador sério sabe que a imunidade materna cai gradualmente e existe uma janela de suscetibilidade. Ele não vai te entregar um filhote com apenas uma dose de vacina importada achando que o animal está protegido. Ele vai te orientar a manter a quarentena até o fim do protocolo. Essa responsabilidade sanitária demonstra que ele se importa com a vida do animal, não apenas com o lucro da venda.

Comportamento e Socialização: Preparando para o Mundo

Um cão bonito com uma mente instável é um problema difícil de resolver. O período mais crítico para a formação da personalidade do cão ocorre nas primeiras 12 a 16 semanas de vida. O que o criador faz (ou deixa de fazer) nesse tempo moldará o comportamento do seu cão para sempre.

Como é feita a socialização dos filhotes nas primeiras semanas?

A socialização não é apenas colocar os filhotes juntos para brincar. Envolve expô-los a diferentes texturas de piso, barulhos domésticos (aspirador, TV, panelas caindo), pessoas de diferentes idades e manuseio físico. Pergunte quais protocolos de estimulação ele usa. Existem métodos como o “Biosensor” ou “Early Neurological Stimulation” que criadores de ponta utilizam para aumentar a tolerância ao estresse dos cães.

Se o criador disser que os filhotes ficam em um canil afastado e só veem gente na hora da comida, cuidado. Esses cães podem desenvolver a “síndrome do canil”, tornando-se medrosos, tímidos ou reativos quando forem para um ambiente urbano movimentado. Um filhote precisa aprender que o mundo humano é seguro.

Peça exemplos práticos. Pergunte se eles andaram de carro, se conheceram crianças, se pisaram na grama e no piso frio. Um cão que nunca ouviu o barulho de um secador de cabelo ou de uma campainha até os 3 meses de idade terá muito mais dificuldade de se adaptar à sua rotina doméstica. O trabalho do criador é entregar um “cidadão canino” pré-adaptado, não um animal selvagem.

Onde os filhotes vivem atualmente?

O ambiente físico diz muito. O ideal, para a maioria das raças de companhia, é que os filhotes nasçam e cresçam dentro de casa, em um ambiente familiar. Isso facilita a observação constante e a habituação aos sons domésticos que mencionei acima. Se eles vivem em gaiolas empilhadas, em um fundo de quintal sujo ou em um galpão longe da casa principal, isso é um sinal clássico de fábrica de filhotes.

Ao visitar, use seu nariz. O local cheira a limpeza ou a amônia (urina velha)? Filhotes criados em cima das próprias fezes perdem o instinto natural de higiene. Isso tornará o seu trabalho de ensinar o cão a fazer xixi no lugar certo dez vezes mais difícil. Cães são animais limpos por natureza; se eles são forçados a viver na sujeira, esse instinto se quebra.

Observe também o enriquecimento ambiental. Existem brinquedos? Existem áreas de descanso confortáveis? Um ambiente estéril, apenas com paredes de concreto, gera tédio e estresse, o que pode levar a comportamentos compulsivos como lamber as patas ou perseguir a cauda desde cedo. O ambiente deve ser estimulante e seguro.

Como o temperamento dos pais influencia a ninhada?

Genética não é só cor de pelo; é temperamento também. A mãe, em especial, tem uma influência maciça. Se a mãe é medrosa, agressiva ou neurótica, ela passará esses traços geneticamente e também através do exemplo, já que os filhotes a observam o tempo todo. Você quer uma mãe que seja equilibrada, calma e amigável.

Pergunte ao criador como ele descreveria a personalidade do pai e da mãe. Ele deve ser honesto sobre os defeitos também. Por exemplo: “O pai é muito focado e excelente para guarda, mas não é um cão para ficar no sofá o dia todo”. Se ele disser que todos os cães são perfeitos para qualquer pessoa, ele está mentindo para vender.

Peça para interagir com a mãe. Veja como ela reage à sua presença. Ela é protetora na medida certa ou tenta te atacar? Ela se esconde? Um bom criador seleciona matrizes não apenas pela beleza, mas pela “cabeça”. Ele tira da reprodução fêmeas instáveis, mesmo que sejam lindas. Essa seleção é o que garante que você leve para casa um companheiro e não um problema de segurança pública.

A Ética da Criação: Quem Está Por Trás do Filhote

Criar cães não é uma forma fácil de ganhar dinheiro. Se for feito corretamente, mal dá lucro. É uma paixão. Você precisa identificar se a motivação do criador é o aprimoramento da raça ou o saldo bancário.

Por que você escolheu criar essa raça específica?

A resposta a essa pergunta revela a alma do negócio. Um criador apaixonado vai falar sobre a história da raça, a função original (caça, pastoreio, companhia) e o que ele está tentando preservar ou melhorar. Ele vai falar sobre a estrutura óssea, a aptidão para o trabalho ou a docilidade.

Fuja de respostas vagas como “porque são fofos”, “porque vendem bem” ou “porque meu vizinho tinha um macho e decidimos cruzar”. Quem cria por modismo geralmente abandona a raça assim que a “febre” passa, deixando para trás um rastro de cães fora do padrão e doentes.

O criador ético é quase um estudioso. Ele frequenta exposições, participa de clubes da raça e estuda pedigrees. Ele sabe quem são os bisavós do seu filhote e quais eram as qualidades deles. Ele cria porque acredita que a raça tem algo especial a oferecer ao mundo e quer garantir que as futuras gerações mantenham essas características.

Quantas ninhadas você tem por ano e como é o descanso da fêmea?

A exploração reprodutiva é uma realidade cruel. Uma fêmea não é uma máquina de xerox. O Conselho Federal de Medicina Veterinária e as boas práticas de bem-estar animal recomendam que as fêmeas não cruzem em todos os cios consecutivos, dependendo da recuperação física delas. Elas precisam de tempo para recuperar o útero, o peso e o estado emocional.

Pergunte quantas ninhadas aquela fêmea específica já teve e quando ela vai se aposentar. Bons criadores castram e doam (ou ficam com) suas matrizes após uma certa idade (geralmente 5 ou 6 anos), para que elas tenham uma vida de “pet” aposentada. Se o criador tem dezenas de ninhadas disponíveis o ano todo, de várias raças diferentes, é um sinal vermelho gigante.

A produção em massa é inimiga da qualidade. É impossível socializar corretamente 50 filhotes ao mesmo tempo. É impossível dar atenção veterinária individualizada para tantas fêmeas gestantes sem cortar custos. Prefira o criador artesanal, que tem poucas ninhadas e dedica tempo integral a elas.

O que acontece se eu não puder mais cuidar do cachorro no futuro?

Esta é a “pergunta do seguro”. A vida dá voltas. Desemprego, divórcio, doenças na família. Um criador responsável se sente responsável pelo cão que colocou no mundo até o último dia de vida dele. A resposta certa deve ser: “O cão volta para mim”.

Criadores éticos colocam em contrato que, se você não puder ficar com o animal, deve devolvê-lo a ele, e nunca entregá-lo a um abrigo, vendê-lo na internet ou abandoná-lo. Eles assumem a responsabilidade de reabilitar e encontrar um novo lar para aquele animal.

Isso demonstra um compromisso moral que vai muito além da transação comercial. Se o vendedor disser “aí o problema é seu, depois que pagou, é seu”, ele não se importa com o destino do animal. Ele só quer se livrar do estoque. Essa rede de segurança é valiosa e mostra o caráter de quem está do outro lado.

Suporte e Orientação: A Parceria Pós-Venda

Comprar um filhote não deveria ser o fim do relacionamento com o criador, mas o início de uma mentoria. Especialmente se for sua primeira vez com a raça, você terá dúvidas. O suporte pós-venda separa os profissionais dos amadores.

Você oferece algum guia de cuidados iniciais ou manual da raça?

Mudanças de ambiente causam estresse e baixam a imunidade, abrindo portas para doenças oportunistas. Um bom criador fornece um manual detalhado sobre como lidar com as primeiras noites, que costumam ser difíceis com o choro do filhote. Esse material deve conter horários de alimentação, dicas de adestramento básico de higiene e lista de plantas tóxicas.

Esse cuidado mostra que o criador quer que a transição seja suave. Ele antecipa os problemas que você vai ter e já te dá as ferramentas para resolver. Muitas vezes, esse material é fruto de anos de experiência, contendo dicas que você não encontraria no Google facilmente.

Além do manual, verifique se ele entrega um “kit filhote”. Geralmente isso inclui um pouco da ração que o filhote já come (para evitar diarreia por troca brusca), um paninho com o cheiro da mãe e dos irmãos (para conforto emocional) e o cartão de vacinas.

Posso entrar em contato para tirar dúvidas após levar o filhote?

A resposta deve ser um “sim” entusiasmado. Criadores sérios gostam de receber notícias dos seus “netos”. Eles querem ver fotos do crescimento e estão disponíveis para responder perguntas bobas como “é normal ele dormir tanto?” ou “ele comeu um pedaço de chinelo, o que eu faço?”.

Claro, para emergências médicas, você deve me procurar (o seu veterinário), mas para questões comportamentais típicas da raça ou dúvidas de manejo, o criador é uma fonte inestimável. Se ele bloquear seu número ou desaparecer após o pagamento, você perdeu uma fonte de conhecimento crucial.

Essa abertura também serve para monitoramento da criação. Se o seu cão desenvolver um problema de saúde no futuro, o criador precisa saber para não repetir o cruzamento dos pais. A comunicação aberta é vital para a saúde da raça como um todo.

Qual a alimentação atual e como devo fazer a transição?

A saúde gastrointestinal de um filhote é delicada. Saber exatamente qual marca e tipo de ração o filhote está comendo é obrigatório. Criadores que investem em nutrição de alta qualidade (Super Premium) estão construindo uma base óssea e imunológica forte para o animal. Se o filhote estiver comendo uma ração de baixa qualidade, cheia de corantes e pobre em nutrientes, ele já começa a vida em desvantagem.

Peça orientações sobre a quantidade e frequência. Filhotes de raças pequenas podem ter hipoglicemia se ficarem muitas horas sem comer, enquanto raças grandes precisam de controle para não crescerem rápido demais e desenvolverem problemas articulares. O criador deve te dar uma “aula” sobre nutrição antes de você sair de lá.

A transição alimentar deve ser feita gradualmente ao longo de 7 a 10 dias. O criador deve te explicar como misturar a ração antiga com a nova. Ignorar isso é garantia de vômitos e diarreias na primeira semana, o que pode desidratar o filhote rapidamente e levá-lo a uma internação desnecessária.

Sinais de Alerta: Quando Dizer “Não” e Fugir

Às vezes, o que não é dito é mais importante do que o que é dito. Existem bandeiras vermelhas que, se você notar, deve virar as costas imediatamente, não importa o quão fofo o filhote seja. Comprar de um criador ruim financia a crueldade.

O criador parece ter pressa em “se livrar” do filhote?

Se o vendedor insiste para você levar o filhote antes dos 60 dias (2 meses), corra. A lei em muitos lugares e a ética veterinária proíbem a entrega antes do desmame completo e socialização primária. Filhotes tirados da mãe com 30 ou 40 dias perdem anticorpos vitais do leite materno e não aprendem a inibição de mordida com os irmãos.

Frases como “faço um desconto se levar hoje” ou “tenho outro interessado vindo aí, decide logo” são táticas de venda por pressão, típicas de quem quer dinheiro rápido e não se importa com o bem-estar do animal. A aquisição de uma vida deve ser uma decisão ponderada, nunca impulsiva.

Um bom criador, na verdade, pode até tentar te convencer a não levar o cachorro se achar que você não está pronto. Ele vai preferir ficar com o filhote mais tempo do que entregá-lo para uma família despreparada.

Existe transparência total ou muitas desculpas para não visitar o local?

“Estamos em reforma”, “é perigoso por causa de doenças”, “trago o filhote até você no shopping”. Se você ouvir isso, desconfie. Embora a biossegurança seja real (não se deve deixar estranhos manusearem filhotes não vacinados sem higiene), você deve ter permissão para ver onde os cães vivem, nem que seja através de um vidro ou por videochamada ao vivo mostrando todo o ambiente.

O encontro em locais neutros (estacionamentos, postos de gasolina) é a tática número um de criadores de fundo de quintal e revendedores de filhotes vindos de fábricas clandestinas. Eles não querem que você veja a realidade triste das matrizes exploradas.

A transparência gera confiança. Se o criador não tem nada a esconder, ele encontrará uma forma segura de te mostrar a realidade da criação dele.

O preço está muito abaixo do mercado ou há facilidades suspeitas?

Criar bem custa caro. Rações super premium, vacinas importadas, exames de DNA, pré-natal, cesarianas, tudo isso soma. Se o preço do filhote é metade do que outros criadores cobram, a conta não fecha. O “barato” foi economizado na saúde e bem-estar do animal.

Desconfie de promoções, “saldões” de filhotes ou venda em sites de classificados genéricos sem qualquer filtro. Um cão não é uma televisão usada. O preço deve refletir a qualidade do trabalho genético e sanitário realizado.

Economizar na compra geralmente significa gastar o triplo no veterinário no primeiro ano. Displasia, sarna demodécica, parvovirose e giardia são os “brindes” que costumam vir com filhotes suspeitosamente baratos.


Comparativo: Onde Você Está Colocando Seu Dinheiro?

Para facilitar sua visualização, criei este quadro comparativo. Veja as diferenças gritantes entre as origens possíveis do seu futuro amigo.

CaracterísticaCriador Ético e ResponsávelCriador de “Fundo de Quintal”Pet Shop / Fábrica de Filhotes
Saúde dos PaisTestados para doenças genéticas (DNA/Raio-x). Histórico conhecido.“Parecem saudáveis”. Sem testes.Desconhecida. Frequentemente doentes e explorados.
AmbienteFamiliar, limpo, enriquecido. Convivem com pessoas.Garagens, canis improvisados ou quintais sujos.Gaiolas, vitrines, galpões industriais longe da vista.
VacinaçãoProtocolo ético com vacinas importadas por veterinário.Vacinas nacionais ou aplicadas por leigos. Às vezes nenhuma.Variável. Muitas vezes expostos a doenças na loja.
SocializaçãoCuidadosa, exposto a sons e texturas. Temperamento avaliado.Inexistente ou aleatória. Risco de medo/agressividade.Nenhuma. Animais costumam ser ansiosos por confinamento.
Pós-VendaContrato de garantia, suporte vitalício, aceita devolução.“Pagou, levou”. Some após a venda. Sem contrato.Garantia mínima legal apenas. Sem vínculo emocional.
MotivaçãoAmor e melhoria da raça. Seleção rigorosa.Dinheiro fácil ou acidente (cruzou sem querer).Lucro em escala industrial. Comércio puro.

Investigue, questione e visite. Não tenha medo de desistir da compra se algo parecer errado. Seu instinto geralmente está certo. Como veterinário, meu desejo é que você nos visite apenas para vacinas anuais e petiscos, e não para tratar doenças que poderiam ter sido evitadas com uma boa escolha inicial. Lembre-se: ao escolher um bom criador, você não está apenas comprando um cachorro saudável, você está votando contra a crueldade animal e apoiando quem faz o certo. Boa sorte na busca pelo seu novo melhor amigo!

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