Olá, tudo bem com você e com o seu Border Collie? Se você chegou até aqui, é porque se preocupa profundamente com a saúde do seu parceiro de quatro patas e quer entender o que se passa no DNA dele. Como veterinário, vejo diariamente tutores apaixonados por essa raça incrível, conhecida pela inteligência aguçada e energia inesgotável. Mas, por trás desses olhos atentos e pelagem exuberante, existem particularidades genéticas que exigem a nossa atenção total.
Hoje, não vamos ter aquela conversa rápida de consultório. Vamos sentar e conversar a fundo sobre duas siglas que tiram o sono de muitos criadores e tutores: CEA (Anomalia do Olho do Collie) e MDR1 (Gene de Multirresistência a Drogas). Não se preocupe com os termos técnicos difíceis; meu objetivo é traduzir o “veterinês” para o português claro, para que você saia daqui sabendo exatamente como proteger o seu melhor amigo.
Vamos mergulhar juntos na biologia, na prevenção e nos cuidados práticos que garantem uma vida longa e feliz para o seu cão. A genética pode parecer um bicho de sete cabeças, mas, quando a entendemos, ela se torna a nossa maior aliada na medicina preventiva.
Entendendo a Anomalia do Olho do Collie (CEA)
A Anomalia do Olho do Collie, mundialmente conhecida pela sigla CEA (Collie Eye Anomaly), é uma condição que meche com as estruturas fundamentais da visão do seu cão.[1][2][3][4][5] Embora o nome leve “Collie”, ela é muito prevalente nos nossos queridos Border Collies. Imagine que o olho do cão é como uma câmera fotográfica complexa; na CEA, algumas peças internas dessa câmera não se formaram corretamente durante a gestação.
Essa má formação afeta principalmente a coróide, que é a camada vascular responsável por nutrir a retina com oxigênio e sangue. Quando essa camada é mais fina do que deveria (hipoplasia), o suporte vital para a retina fica comprometido. É uma doença congênita, o que significa que o filhote já nasce com ela. O mais intrigante – e perigoso – é que muitos cães não apresentam sintomas visíveis a olho nu, enganando até os tutores mais atentos.
O aspecto mais importante que você precisa saber é que a gravidade da CEA varia imensamente. Alguns cães têm apenas uma leve alteração que não afeta a visão em nada durante a vida toda. Outros podem desenvolver colobomas, que são “buracos” nas estruturas oculares, podendo levar ao descolamento de retina e cegueira. Por isso, não podemos generalizar; cada caso é um caso e exige avaliação individual.
O que acontece exatamente dentro do olho?
Para visualizarmos melhor, pense na coróide como o solo fértil onde a retina (a planta que capta a luz) precisa crescer. Na CEA, esse solo é pobre, fino ou até inexistente em certas áreas. Isso é chamado de Hipoplasia Coroidal. Na grande maioria dos Border Collies afetados, essa é a única manifestação: uma área pálida no fundo do olho que um veterinário oftalmologista consegue ver com equipamentos especiais.
Em casos mais severos, a má formação é mais dramática. Podem surgir os colobomas, que são depressões ou buracos no disco óptico ou na própria retina. Imagine uma cratera no fundo do olho. Isso cria pontos cegos na visão do animal. Se essa cratera for muito grande ou profunda, ela desestabiliza a retina, aumentando drasticamente o risco de descolamento e hemorragias intraoculares, situações que são emergências veterinárias.
A fase crítica para identificar essas lesões “leves” é muito curta. Chamamos isso de “fenômeno do mascaramento”. Em filhotes muito jovens, a pigmentação do olho ainda não cobriu o fundo, permitindo ver a falha na coróide. À medida que o cão cresce (geralmente após as 12 semanas), o pigmento natural pode cobrir a área afetada, tornando o diagnóstico visual quase impossível sem um teste genético prévio ou um exame muito especializado.
A Loteria Genética: Dominante vs. Recessivo
A genética da CEA funciona de uma maneira que chamamos de autossômica recessiva. Vamos simplificar: para um cão ser clinicamente afetado, ele precisa herdar o gene “defeituoso” do pai E da mãe. É como se ele precisasse tirar dois números iguais na loteria do azar. Se ele receber o gene ruim só de um dos pais, ele será apenas um “portador”.
O cão portador é clinicamente saudável. Ele enxerga perfeitamente e nunca vai desenvolver a doença. O perigo aqui é invisível: ele carrega o gene e pode passá-lo para os filhotes. Se você cruzar dois cães portadores, estatisticamente 25% dos filhotes nascerão afetados pela doença. É aqui que entra a responsabilidade da criação ética em testar os pais antes de qualquer acasalamento.
Muitos tutores me perguntam se devem castrar um cão portador. A resposta clínica é: não necessariamente, desde que você tenha controle absoluto de que ele não vai cruzar com outro portador. Porém, para a tranquilidade da raça e para evitar acidentes, retirar esses cães da reprodução ou gerenciar seus cruzamentos com extremo rigor científico é a única forma de erradicar a doença a longo prazo.
Do Diagnóstico à Vida Adulta
Receber o diagnóstico de CEA no seu filhote não é uma sentença de infelicidade. A grande maioria dos Border Collies diagnosticados com a forma leve da doença (apenas hipoplasia coroidal) vive vidas absolutamente normais. Eles correm, pegam frisbees, pastoreiam e brincam sem sequer perceber que têm uma condição ocular. A visão deles é funcional e, muitas vezes, perfeita para as atividades do dia a dia.
No entanto, o acompanhamento deve ser constante. Cães afetados precisam de visitas anuais ao oftalmologista veterinário, não apenas para monitorar a CEA, mas para garantir que outras condições não se sobreponham. Se o seu cão tem a forma mais grave com colobomas, o cuidado muda: evitamos traumas na cabeça e brincadeiras brutas que possam facilitar um descolamento de retina.
Você deve estar atento a sinais sutis de perda de visão: esbarrar em móveis novos, hesitar antes de pular do sofá ou dificuldade em encontrar brinquedos em ambientes com pouca luz. O Border Collie é mestre em disfarçar fraquezas, usando sua memória e olfato para compensar a visão. Por isso, o seu olhar atento é a melhor ferramenta diagnóstica em casa.
O Perigo Invisível: A Mutação do Gene MDR1
Agora vamos mudar a chave para um assunto que considero ainda mais urgente: o gene MDR1 (Gene de Multirresistência a Drogas). Diferente da CEA, que é uma condição anatômica, o MDR1 é uma alteração fisiológica que transforma remédios comuns, que salvam vidas de outros cães, em venenos potenciais para o seu Border Collie. É uma “alergia” genética grave a certos medicamentos.
O gene MDR1 é responsável por produzir uma proteína transportadora que funciona como um porteiro nas células, expulsando substâncias tóxicas. Quando esse gene sofre mutação, o “porteiro” não aparece para trabalhar. O resultado? As drogas entram nos órgãos, especialmente no cérebro, e não conseguem sair, acumulando-se até níveis tóxicos e perigosos.
Essa mutação é compartilhada por várias raças de pastoreio, como o Pastor Australiano e o Pastor de Shetland, mas no Border Collie ela tem uma incidência que exige cautela. O que me preocupa é que muitos tutores só descobrem isso da pior forma: administrando um vermífugo comum e vendo o cão entrar em convulsão horas depois. Minha missão aqui é garantir que isso nunca aconteça com você.
A Barreira Hematoencefálica e a Glicoproteína-P
Para entender a gravidade, precisamos falar da barreira hematoencefálica. Pense nela como um filtro de segurança ultra sofisticado que protege o cérebro do seu cão contra toxinas presentes no sangue. A peça-chave desse filtro é a Glicoproteína-P, que é justamente codificada pelo gene MDR1. Ela pega a droga que tentou entrar no cérebro e a joga de volta para a corrente sanguínea para ser eliminada.
No Border Collie com a mutação (homozigoto recessivo ou até heterozigoto em menor grau), essa Glicoproteína-P é defeituosa ou inexistente. Sem esse mecanismo de bombeamento, medicamentos lipossolúveis atravessam livremente a barreira e inundam o tecido cerebral. O cérebro fica literalmente banhado em substâncias que deveriam ter sido barradas na porta.
Isso causa neurotoxicidade severa. Os sintomas não são gastrointestinais como numa intoxicação alimentar comum; eles são neurológicos. O cão pode apresentar incoordenação motora (andar de bêbado), pupilas dilatadas, tremores, salivação excessiva, cegueira súbita, coma e, infelizmente, pode vir a óbito se não houver suporte intensivo imediato.
Medicamentos Críticos: O que entra na lista negra
Você precisa ter uma lista mental — ou física, colada na geladeira — dos medicamentos proibidos. O mais famoso vilão dessa história é a Ivermectina. Enquanto ela é segura para a maioria dos cães vira-latas, para um Border Collie com MDR1, ela pode ser fatal mesmo em doses baixas. Outros antiparasitários da mesma família, como Moxidectina e Doramectina, também exigem cautela extrema.
Mas não é só de vermífugos que vive o perigo. A Loperamida, um remédio humano comum para diarreia (o famoso Imosec), é devastador para esses cães. Nunca, em hipótese alguma, medique seu Border Collie com remédios da sua farmácia sem autorização veterinária. A Loperamida atravessa a barreira cerebral desses cães com uma facilidade assustadora, causando depressão do sistema nervoso central rápida e severa.
A lista se estende para alguns quimioterápicos (como Vincristina e Doxorrubicina), alguns sedativos (Acepromazina) e até remédios para o coração. Isso não significa que seu cão não possa ser tratado se tiver câncer ou problemas cardíacos; significa apenas que nós, veterinários, precisamos ajustar a dose ou escolher fármacos alternativos. O conhecimento do status genético do seu cão muda completamente o meu protocolo de tratamento.
Os Perigos do dia a dia: Antipulgas e Vermífugos
Aqui mora uma confusão comum: “Doutor, meu cachorro tem MDR1, ele não pode tomar nada para carrapato?”. Calma. A ciência avançou muito. A maioria dos antipulgas modernos (comprimidos mastigáveis da família das isoxazolinas, por exemplo) e vermífugos à base de Febantel ou Praziquantel são seguros. O problema está nas lactonas macrocíclicas (Ivermectina, Milbemicina) em doses altas.
A prevenção contra dirofilariose (verme do coração) geralmente usa doses muito baixas de ivermectina ou milbemicina, que estudos mostram ser seguras até para cães mutantes. O risco explode quando usamos a “dose de tratamento” para sarna ou carrapatos, que é muito mais alta. O erro clássico é usar produtos de gado ou cavalos em cães. Isso é roleta russa.
Sempre leia a bula e converse com seu veterinário. Existem selos e marcas que já trazem alertas de segurança para raças sensíveis ao MDR1. A regra de ouro é: na dúvida, não medique. Se você encontrou uma carrapatinho, use produtos tópicos aprovados ou comprimidos de nova geração, fugindo das injeções de “combate total” sem prescrição.
A Importância Crucial dos Testes Genéticos
Antigamente, tratar um Border Collie era um jogo de adivinhação. Tratávamos todos como se fossem sensíveis ao MDR1 por precaução. Hoje, vivemos a era da medicina de precisão. O teste genético não é um luxo; é uma ferramenta básica de manejo para quem tem raças de pastoreio. Saber o que está escrito no DNA do seu cão é o mapa que guia todas as nossas decisões médicas.
O teste é simples, indolor e feito uma única vez na vida. Geralmente, usamos um swab (uma espécie de cotonete) que passamos na gengiva do cão para coletar células da mucosa oral, ou uma pequena amostra de sangue. Esse material vai para o laboratório, que mapeia os genes específicos. Em poucas semanas, você recebe um laudo definitivo que vale para a vida toda do animal.
Recomendo fortemente que esse teste seja feito o quanto antes, de preferência ainda filhote. Imagine que seu cão precise de uma cirurgia de emergência no meio da noite. Saber se ele pode ou não receber certas drogas anestésicas ou analgésicas pode ser a diferença entre uma recuperação tranquila e uma complicação grave. É um investimento em segurança.
O Papel do Criador: Ética e Seleção
A base de tudo está na criação. Um criador responsável de Border Collie não apenas sabe o que são CEA e MDR1, como ele tem os laudos de todos os seus padreadores e matrizes. Antes de comprar um filhote, você tem o direito — e o dever — de exigir esses exames. Se o criador desconversa ou diz que “meus cães são saudáveis, não precisa testar”, desconfie imediatamente.
A seleção genética permite que evitemos o nascimento de cães afetados. Cruzar um cão “Normal” (livre dos genes ruins) com um “Portador” garante que nenhum filhote nascerá doente, embora alguns possam ser portadores. O objetivo da criação ética é reduzir a prevalência desses genes na população ao longo das décadas, sem estreitar demais a variabilidade genética da raça.
Você, como tutor, tem o poder de mudar o mercado. Ao exigir os testes de saúde, você valoriza o bom criador e desestimula as “fábricas de filhotes” que reproduzem cães indiscriminadamente, espalhando doenças genéticas que trazem sofrimento aos animais e custos emocionais e financeiros às famílias.
Interpretando os Resultados
Quando o laudo chega, você vai se deparar com três possibilidades básicas. Normal (ou Clear): Seu cão não tem a mutação. Ele pode tomar os medicamentos (no caso do MDR1) e não tem a doença ocular (CEA). Portador (ou Carrier): Ele tem uma cópia do gene mutado. Para CEA, ele não desenvolve a doença. Para MDR1, ele pode ter uma sensibilidade intermediária, então ainda tomamos cuidado com doses altas.
A terceira opção é Afetado (ou Affected): Ele tem duas cópias do gene mutado. Para CEA, ele tem a doença (em grau leve ou grave). Para MDR1, ele é altamente sensível às drogas da lista negra. Receber um resultado “Afetado” não é motivo para pânico, mas sim para adaptação. Agora você sabe exatamente com o que está lidando.
Guarde esse laudo junto com a carteirinha de vacinação. Eu sugiro até tirar uma foto e deixar nos “Favoritos” do seu celular. Em qualquer consulta veterinária, a primeira coisa que você deve dizer é: “Doutor, meu cão é homozigoto para MDR1”. Isso mostra que você é um tutor preparado e ajuda o profissional a escolher o protocolo mais seguro.
A Tranquilidade de Saber
A ignorância não é uma benção quando se trata de saúde. Saber que seu cão é “Normal” tira um peso enorme das suas costas. Você pode usar os preventivos com mais liberdade. Por outro lado, saber que ele é “Afetado” te empodera para protegê-lo. Você se torna o guardião da saúde dele, evitando riscos desnecessários.
A medicina preventiva é sempre mais barata e menos dolorosa do que a medicina curativa. O custo de um teste genético é ínfimo comparado a uma internação em UTI por intoxicação medicamentosa ou cirurgias oculares complexas. Além disso, a paz de espírito de saber que você está fazendo o melhor pelo seu amigo não tem preço.
Cuidados Práticos e Gestão Veterinária
Agora que já cobrimos a teoria, vamos para a prática. Como é a rotina de um Border Collie com essas particularidades? A verdade é que ela é muito parecida com a de qualquer outro cão, com alguns ajustes de segurança. O seu cão não sabe que tem uma mutação genética; ele só quer ser feliz, correr e te agradar.
A gestão veterinária deve ser uma parceria. Eu, como veterinário, dependo da sua informação. Se você muda de cidade ou precisa ir a uma clínica de emergência 24h, o novo veterinário não conhece o histórico do seu cão. Você é a voz do seu animal. Nunca assuma que todo profissional sabe de cor as predisposições de cada raça, pois a medicina é vasta.
Mantenha uma relação próxima com seu vet de confiança. Discuta os antipulgas, os protocolos de anestesia para a castração e até a alimentação. Border Collies são cães de alta performance e merecem um manejo de saúde de elite. Pequenos detalhes, como evitar certas rações medicamentosas ou xampus com princípios ativos específicos, fazem parte dessa rotina de cuidados.
Comunicando o MDR1 em Emergências
Imagine um cenário de acidente: seu cão fugiu e foi atropelado, ou comeu algo estragado. Na correria da emergência, o foco é salvar a vida. É vital que a informação sobre o MDR1 seja gritante. Eu recomendo aos meus clientes que coloquem uma observação na própria coleira do cão ou usem uma plaquinha de identificação extra com os dizeres: “MDR1 ALERTA: NÃO USAR IVERMECTINA”.
Isso pode parecer exagero, mas salva vidas. Se o seu cão chega inconsciente na clínica e você não está por perto, essa plaquinha é a única voz dele. Além disso, tenha o arquivo do exame de DNA compartilhado com alguém da família. Se você estiver viajando e o pet sitter precisar levar o cão ao vet, ele precisa ter acesso a essa informação crítica.
Outra dica é sempre questionar, com educação, a medicação prescrita. “Doutor, esse remédio é seguro para cães com MDR1?”. Um bom veterinário jamais se ofenderá com essa pergunta; pelo contrário, ele vai admirar o seu conhecimento e cuidado. Se o profissional não souber o que é MDR1, talvez seja hora de procurar uma segunda opinião.
Monitoramento Oftalmológico Regular
Para a CEA e outras doenças oculares comuns na raça, como a Atrofia Progressiva da Retina (PRA), o check-up oftalmológico deve ser anual. Não espere o olho ficar vermelho ou o cão começar a bater nas coisas. Muitas alterações são silenciosas e indolores. O especialista consegue ver o fundo do olho e mapear a progressão de qualquer anomalia.
Se o seu cão foi diagnosticado com colobomas, esse monitoramento pode ser semestral. A pressão intraocular deve ser medida para evitar glaucoma, uma complicação dolorosa. Além disso, proteger os olhos do seu Border Collie do sol excessivo e de ventos fortes (nada de cabeça para fora na janela do carro na estrada!) ajuda a evitar ressecamento e lesões na córnea que complicariam um quadro já delicado.
Lembre-se também da nutrição. Dietas ricas em antioxidantes, luteína e ômega-3 dão suporte à saúde retiniana. Converse com seu vet sobre suplementação específica para a visão, especialmente se o seu cão já for sênior. A nutrição não cura a doença genética, mas otimiza o funcionamento das células que restam.
Histórias de Sucesso: Cães felizes com diagnóstico
Não quero que você saia daqui achando que seu Border Collie é um “cão de vidro”. Pelo contrário. Conheço pacientes com MDR1 positivo que são campeões de Agility. Conheço cães com CEA leve que pastoreiam rebanhos com uma precisão cirúrgica. A genética é apenas uma característica, não uma sentença de incapacidade.
O segredo desses cães felizes e longevos é o tutor informado. Eles vivem 14, 15 anos com qualidade de vida excepcional porque seus donos souberam evitar os medicamentos tóxicos e monitoraram a visão. Eles adaptaram as brincadeiras quando necessário e nunca deixaram de estimular a mente brilhante que esses cães possuem.
O seu Border Collie é, antes de tudo, um indivíduo resiliente. Com o seu amor e o suporte da ciência veterinária, as doenças genéticas tornam-se apenas notas de rodapé numa biografia cheia de aventuras e lealdade.
Comparativo de Predisposição Genética
Para você entender onde o Border Collie se situa no cenário das raças de pastoreio, preparei este quadro comparativo. Ele ajuda a visualizar que, embora o Border tenha seus riscos, outras raças “primas” compartilham dos mesmos desafios.
| Característica / Doença | Border Collie | Pastor Australiano (Aussie) | Pastor de Shetland (Sheltie) |
| Incidência de MDR1 | Moderada. Menos frequente que nos Aussies, mas significativa o suficiente para exigir testes obrigatórios. | Alta. É uma das raças mais afetadas pela mutação MDR1, com grande parte da população sendo portadora ou afetada. | Moderada a Alta. Muito comum na raça, exigindo cuidados extremos com medicamentos. |
| Incidência de CEA | Moderada. A doença existe na raça, mas programas de criação têm controlado bem a disseminação. | Moderada. Presente na raça, com testes genéticos sendo rotina para criadores éticos. | Muito Alta. Historicamente a raça mais afetada (daí o nome Collie Eye Anomaly), com alta prevalência. |
| Foco do Teste Genético | Essencial para MDR1, CEA e TNS (Síndrome do Neutrófilo Preso). | Essencial para MDR1, CEA e HSF4 (Catarata Hereditária). | Essencial para MDR1, CEA e vWD (Doença de Von Willebrand). |
| Perfil do Tutor Ideal | Ativo, interessado em ciência e disposto a estimular mentalmente o cão, além de monitorar a saúde. | Muito ativo, ciente de que a sensibilidade a drogas é quase uma regra na raça. | Cuidadoso e atento, focado em check-ups oftalmológicos frequentes devido à alta taxa de CEA. |
Espero que este guia tenha iluminado o caminho para cuidar do seu Border Collie. Lembre-se: o conhecimento não serve para criar medo, mas para criar segurança. Seu cão tem sorte de ter você. Cuide dele, faça os testes e aproveite cada segundo dessa parceria incrível. Um grande abraço e até a próxima consulta!
Sources help
- bestbordercollie.com.br
- bordersammy.com
- vetdna.com.br
- borderfamilykennel.com
- vetdna.com.br
- petmd.com
- colliehealth.org
- royalcanin.com.br
- petmd.com
- almosthomeohio.org
- collielife.com
- dogsmith.com
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